Deuteronômio ‒ Destaques do livro de Deuteronômio

Destaques da Bíblia em Deuteronômio. Explicação dos textos bíblicos e lições práticas


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Destaques da Leitura da Bíblia ‒ Deuteronômio


1. Contexto histórico
2. Visão geral e estrutura
3. Destaques do Deuteronômio
4. Importância e benefícios

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Deuteronômio ‒ Contexto histórico


Deuteronômio

O nome hebraico deste quinto livro do Pentateuco é Deva•rím (Palavras), tirado da frase inicial do texto hebraico. O nome “Deuteronômio” deriva do título grego na Septuaginta, Deu•te•ro•nó•mi•on, que significa literalmente “Segunda Lei; Repetição da Lei”. Vem da tradução grega duma frase hebraica em Deuteronômio 17:18, mish•néh hat•toh•ráh, corretamente traduzida por ‘cópia da lei’.
A autenticidade de Deuteronômio como livro do cânon da Bíblia e de Moisés ser o escritor dele acha-se bem alicerçada no fato de que Deuteronômio sempre foi reputado pelos judeus como parte da Lei de Moisés. A evidência da autenticidade de Deuteronômio, em geral, é a mesma que a dos outros quatro livros do Pentateuco. (Veja PENTATEUCO; também esses livros sob os seus respectivos nomes.) Jesus é a principal autoridade que atesta a autenticidade de Deuteronômio, citando-o três vezes ao repelir as tentações de Satanás, o Diabo. (Mt 4:1-11; De 6:13, 16; 8:3) Também, Jesus respondeu à pergunta quanto a qual era o maior e o primeiro mandamento por citar Deuteronômio 6:5. (Mr 12:30) E Paulo cita Deuteronômio 30:12-14; 32:35, 36. — Ro 10:6-8; He 10:30.
O tempo abrangido pelo livro de Deuteronômio é um pouco superior a dois meses, no ano de 1473 AEC. Foi escrito nas planícies de Moabe, e consiste em quatro discursos, um cântico e uma bênção, da parte de Moisés, enquanto Israel acampava nas fronteiras de Canaã, antes de entrar nessa terra. — De 1:3; Jos 1:11; 4:19.
Objetivo. Apesar do significado do nome Deuteronômio, este livro não é uma segunda lei, nem uma repetição da Lei inteira, mas é antes uma explicação dela, como diz Deuteronômio 1:5. Exorta Israel à fidelidade a Jeová, usando a geração que peregrinou por 40 anos como exemplo a ser evitado. Moisés explica e discorre sobre alguns dos pontos essenciais da Lei e os princípios nela contidos, tendo em vista as circunstâncias mudadas de Israel quando se fixasse de forma permanente naquela terra. Faz concordemente ajustes em algumas das leis, e provê outros regulamentos concernentes à administração do governo em sua condição de povo fixado na Terra da Promessa.
Ao exortá-los e convocá-los a entrar neste pacto renovado com Jeová, mediante Moisés, o livro de Deuteronômio destaca notavelmente o conhecimento, o ensino e a instrução. As palavras “ensinar”, “ensino” e “ensinado” ocorrem com muito mais freqüência em Deuteronômio do que em Êxodo, Levítico ou Números. Moisés explicou que Jeová estava ensinando Israel por alimentá-los com o maná. (De 8:3) Disse aos israelitas que colocassem a lei de Deus, figuradamente, como frontal entre os olhos, e nos umbrais de suas casas e nos seus portões. (6:8, 9) Mandou-os inculcar Sua Lei nos filhos deles. (6:6, 7) Foram dadas instruções para que a Lei fosse lida a cada sétimo ano, durante a época da (anual) Festividade das Barracas. (31:10-13) Instruções especiais foram dadas para o rei que Israel pudesse vir a ter no futuro. Ele devia escrever para si mesmo uma cópia da Lei, e devia ler nela todo dia. (17:18-20) Toda vez que Israel saísse em combate, os sacerdotes deviam admoestar o povo a ter fé e coragem, e assegurar-lhe a vitória, pois Jeová, seu Deus, marchava junto com ele. (20:1-4) Quando entrassem na Terra da Promessa, deviam dividir as tribos em dois grupos, um grupo no monte Ebal e o outro no monte Gerizim, e então fazer que a lei de Deus fosse lida para eles. — 27:11-26; compare isso com Jos 8:33-35.
Destacado o Amor. O amor, a benignidade e a consideração também são destacados em Deuteronômio. As próprias palavras “amor” e “amar” ocorrem cinco vezes mais em Deuteronômio do que em Êxodo, Levítico e Números juntos. É aqui também que temos o maior mandamento, ao qual Jesus se referiu (Mt 22:36, 37), declarado de forma ímpar: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força vital.” (De 6:5; veja também 10:12; 11:13.) Jeová repetidas vezes expressa seu amor por Israel. (7:7-9; 23:5; 33:3) A própria tônica de Deuteronômio destaca o amor de Jeová ao seu povo. “Se somente desenvolvessem este coração seu para me temerem e para guardarem sempre todos os meus mandamentos, para que lhes fosse bem a eles e a seus filhos, por tempo indefinido!” (5:29) Efetivamente, em Deuteronômio, vez após vez encontramos expressões tais como “para que te vá bem”, e ‘para ficares vivo’. — 4:40; 5:16; 6:3; 22:7; 30:19, 20.
Embora Israel se confrontasse com a guerra ao tomar aquela terra, Jeová não deixou de mostrar amorosa consideração. A vitória não era tão importante, nem tão urgente, que se devessem fazer exigências impiedosas. Um homem noivo ficava isento. (De 20:7) Isentava-se um homem recém-casado, de modo que pudesse tratar com carinho sua esposa e ela tivesse seu marido presente pelo menos por um ano inteiro. (24:5) Caso um homem tivesse plantado um vinhedo e ainda não tivesse comido o fruto dele, ou se tivesse construído uma casa e não a tivesse inaugurado, estava dispensado da guerra, para que pudesse usufruir os frutos de seus labores. — 20:5, 6.
Deram-se pormenores explícitos com respeito a travar guerra e tomar a terra de Canaã. Os temerosos deviam ser mandados para casa, a fim de que não enfraquecessem também o coração de seus irmãos. (De 20:8) As cidades das nações especificadas de Canaã, cuja iniqüidade se tornara plena, sem falta deviam ser devotadas à destruição, mas às cidades que não fossem destas nações especificadas se devia oferecer a alternativa da rendição ou da destruição. Se se rendessem, deviam ser postas a trabalhos forçados, mas a Lei exigia que até mesmo escravos fossem tratados com benignidade, e os mandamentos dela protegiam as mulheres contra serem molestadas mesmo nas cidades tomadas em guerra. Nos casos das cidades que se negassem a se render, todos os varões deviam ser mortos, sendo poupadas apenas as crianças e as mulheres que ainda não haviam tido relações sexuais com homens. (20:10-18; compare isso com Núm 31:17, 18.) Ao construir obras de sítio em torno duma cidade, os israelitas não tinham permissão de cortar árvores frutíferas. — De 20:19, 20.
Os animais também receberam consideração amorosa no livro de Deuteronômio. Proibia-se aos israelitas tirar uma ave pousada no ninho, porque era o instinto protetor para com os seus filhotes que a tornava vulnerável. Permitia-se-lhe escapar, mas os filhotes podiam ser tomados pelos israelitas. A mãe estava assim livre para criar outra ninhada. (De 22:6, 7) Não se permitia ao lavrador atrelar um jumento junto com um touro, para impedir dificuldades para o animal mais fraco. (22:10) Não se devia açaimar o touro enquanto debulhava grãos, a fim de que não fosse atormentado pela fome enquanto havia cereais tão perto e ele gastava sua energia em debulhá-los. — 25:4.
Mostrou-se consideração na vida familiar e social. Ao filho primogênito cabia uma porção dupla, sem considerar se era ou não filho da esposa favorita. (De 21:15-17) Pela primeira vez se declarou, como lei, o casamento de cunhado, e especificaram-se as penalidades para fazê-la vigorar. (25:5-10) Eram obrigatórios os pesos e as medidas honestos. (25:13-16) O valor da vida foi enfatizado pela ordem de construir um parapeito em volta de todo o terraço da casa. (22:8) A consideração até mesmo para com um transgressor, que devia ser espancado, foi demonstrada pela Lei que limitava os golpes a 40. (25:1-3) Todos esses regulamentos forneciam minúcias à Lei, ao passo que também mostravam grande consideração. Ao mesmo tempo, havia mais rigidez.
Avisos e Leis. Deuteronômio está repleto de avisos contra a adoração falsa e a infidelidade, bem como de instruções sobre a maneira de lidar com tais, de modo a preservar a adoração pura. Algo notável em Deuteronômio é a exortação à santidade. Admoestava-se os israelitas a não se casarem com pessoas das nações em sua volta, porque isto representaria uma ameaça para a adoração pura e a lealdade a Jeová. (De 7:3, 4) Foram avisados contra o materialismo e a autojustiça. (8:11-18; 9:4-6) Foram feitas fortes leis referentes à apostasia. Eles deviam cuidar-se bem, a fim de que não se desviassem para outros deuses. (11:16, 17) Foram avisados contra os falsos profetas. Foram dadas instruções, em dois lugares, sobre como identificar um falso profeta e como lidar com ele. (13:1-5; 18:20-22) Até mesmo se um membro da própria família se tornasse apóstata, a família não devia ter pena dele, mas devia tomar parte em apedrejá-lo até a morte. — 13:6-11.
As cidades de Israel que apostatassem deviam ser devotadas à destruição e nada delas devia ser preservado para benefício pessoal de alguém. Tal cidade nunca deveria ser reconstruída. (De 13:12-17) Os delinqüentes cujos pais não conseguissem controlá-los deviam ser apedrejados até morrerem. — 21:18-21.
A santidade e o isentar-se da culpa de sangue foram destacados pela lei relativa ao modo de se lidar com um caso de homicídio não solucionado. (De 21:1-9) Indicando o zelo pela adoração pura, Deuteronômio continha regulamentos sobre quem podia tornar-se membro da congregação de Jeová, e quando. Nenhum filho ilegítimo, até a décima geração, nem moabita ou amonita, por tempo indefinido, e nenhum eunuco podia ser admitido. Todavia, egípcios e edomitas da terceira geração podiam tornar-se membros da congregação. — 23:1-8.
Deuteronômio esquematiza o arranjo judicial para Israel, quando se fixasse na Terra da Promessa. Delineia as habilitações para juízes, e o arranjo de tribunais nos portões das cidades, sendo o santuário o supremo tribunal do país, cujos julgamentos deviam ser seguidos por todo o Israel. — De 16:18-17:13.
Deuteronômio ressalta a posição de Jeová como o único Deus (De 6:4), a posição de Israel como seu povo único (De 4:7, 8), e o estabelecimento dum único local central de adoração (12:4-7). Prediz aquele que seria suscitado como profeta semelhante a Moisés e que falaria em nome de Jeová, alguém a quem todos deveriam estar sujeitos. — 18:18, 19.

Livro bíblico número 5 — Deuteronômio

Escritor: Moisés
Lugar da Escrita: Planícies de Moabe
Escrita Completada: 1473 AEC
Tempo Abrangido: 2 meses (1473 AEC)
O LIVRO de Deuteronômio contém uma mensagem dinâmica para o povo de Jeová. Depois de vaguearem pelo ermo por 40 anos, os filhos de Israel achavam-se então no limiar da Terra da Promessa. O que os aguardava? Quais seriam os problemas peculiares a enfrentar do outro lado do Jordão? O que teria Moisés a dizer finalmente à nação? Podemos também perguntar-nos: Por que é proveitoso para nós hoje saber a resposta a essas perguntas?
2 A resposta encontra-se nas palavras que Moisés proferiu e assentou por escrito no quinto livro da Bíblia, Deuteronômio. Embora repita muitas coisas dos livros precedentes, Deuteronômio é importante por notáveis razões próprias. Como assim? Acrescenta ênfase à mensagem divina, tendo sido fornecida numa época da história do povo de Jeová em que os israelitas realmente necessitavam de liderança dinâmica e direção positiva. Estavam prestes a entrar na Terra Prometida sob um novo líder. Necessitavam de encorajamento para ir avante, e, ao mesmo tempo, necessitavam de advertências divinas para habilitá-los a adotar o proceder correto, que lhes proporcionaria as bênçãos de Jeová.
3 Devido a essa necessidade, Moisés foi movido poderosamente pelo espírito de Jeová a exortar Israel de modo franco a mostrar obediência e fidelidade. Através do livro inteiro, ele sublinha que Jeová é o Deus Altíssimo, que exige devoção exclusiva e deseja que seu povo ‘o ame de todo o coração, de toda a alma e de toda a força vital’. Ele é “o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e atemorizante, que não trata a ninguém com parcialidade, nem aceita suborno”. Ele não tolera nenhuma rivalidade. Obedecer a Deus significa a vida, desobedecer significa a morte. A instrução de Jeová, dada em Deuteronômio, era precisamente a preparação e o conselho que Israel necessitava para as tarefas gigantescas à frente. É também a espécie de admoestação que necessitamos hoje, para que continuemos a andar no temor de Jeová, santificando o seu nome no meio de um mundo corrupto. — Deut. 5:9, 10; 6:4-6; 10:12-22.
4 O nome Deuteronômio deriva-se do título da tradução grega Septuaginta, a saber, Deu•te•ro•nó•mi•on, nome composto formado de deú•te•ros, que significa “segundo”, e de nó•mos, “lei.” Significa, portanto, “Segunda Lei; Repetição da Lei”. Vem da tradução grega da frase hebraica em Deuteronômio 17:18, mish•néh hat•toh•ráh, corretamente traduzida ‘cópia da lei’. Não obstante o significado do nome Deuteronômio, este livro da Bíblia não é uma segunda lei, tampouco é mera repetição da Lei. Em vez disso, é uma explicação da Lei, que exorta Israel a amar e a obedecer a Jeová na Terra Prometida em que entraria em breve. — 1:5.
5 Visto que este é o quinto rolo, ou volume, do Pentateuco, o escritor deve ter sido o mesmo que o dos quatro livros precedentes, a saber, Moisés. A declaração inicial identifica Deuteronômio como sendo “as palavras que Moisés falou a todo o Israel”, e expressões posteriores, tais como “Moisés escreveu . . . esta lei” e “Moisés escreveu este cântico”, provam claramente que ele foi o escritor. O nome dele aparece quase 40 vezes no livro, em geral como a autoridade para as declarações feitas. A primeira pessoa, referindo-se a Moisés, é usada predominantemente em todo o livro. Os versículos concludentes foram acrescentados depois da morte de Moisés, com toda a probabilidade por Josué ou pelo sumo sacerdote Eleazar. — 1:1; 31:9, 22, 24-26.
6 Quando ocorreram os eventos contidos em Deuteronômio? O próprio livro declara no início que, “no quadragésimo ano, no décimo primeiro mês, no primeiro dia do mês, . . . Moisés falou aos filhos de Israel”. Ao se completar a narrativa em Deuteronômio, o livro de Josué continua o relato três dias antes da travessia do Jordão, que se deu “no décimo dia do primeiro mês”. (Deut. 1:3; Jos. 1:11; 4:19) Isto deixa um período de dois meses e uma semana para os eventos de Deuteronômio. Entretanto, 30 dias deste período de nove semanas foram reservados para prantear a morte de Moisés. (Deut. 34:8) Isto significa que, a bem dizer, todos os eventos relatados em Deuteronômio devem ter ocorrido no 11.° mês do 40.° ano. Perto do fim daquele mês, deve ter-se praticamente completado também a escrita do livro, ocorrendo a morte de Moisés em princípios do 12.° mês do 40.° ano, ou em princípios de 1473 AEC.
7 As provas já apresentadas da autenticidade dos primeiros quatro livros do Pentateuco aplicam-se igualmente a Deuteronômio, o quinto livro. É também um dos quatro mais citados livros das Escrituras Hebraicas nas Escrituras Gregas Cristãs, sendo os outros Gênesis, Salmos e Isaías. Há 83 de tais citações, e apenas seis dos livros das Escrituras Gregas Cristãs deixam de fazer alusão a Deuteronômio.
8 O próprio Jesus dá o mais convincente testemunho da autenticidade de Deuteronômio. No início de seu ministério, foi tentado três vezes pelo Diabo, e três vezes replicou: “Está escrito.” Onde estava escrito? No livro de Deuteronômio (8:3; 6:16, 13) que Jesus citava como autoridade inspirada: “O homem tem de viver, não somente de pão, mas de cada pronunciação procedente da boca de Jeová.” “Não deves pôr Jeová, teu Deus, à prova.” “É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.” (Mat. 4:1-11) Mais tarde, quando os fariseus vieram prová-lo com respeito aos mandamentos de Deus, Jesus citou em resposta “o maior e primeiro mandamento”, de Deuteronômio 6:5. (Mat. 22:37, 38; Mar. 12:30; Luc. 10:27) O testemunho de Jesus atesta irrefutavelmente a autenticidade de Deuteronômio.
9 Além do mais, os eventos e as declarações escritas no livro estão em perfeita harmonia com a situação histórica e com o contexto. As referências feitas ao Egito, a Canaã, a Amaleque, a Amom, a Moabe e a Edom correspondem à época, e os nomes de lugares são declarados com exatidão. A arqueologia continua a apresentar prova sobre prova da integridade dos escritos de Moisés. Henry H. Halley escreve: “A Arqueologia, ultimamente, vem falando tão alto que está causando uma reação decidida em prol do ponto de vista conservador [de que Moisés escreveu o Pentateuco]. A teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi pelos ares, de modo completo. E cada ano, no Egito, Palestina e Mesopotâmia, estão-se escavando evidências tanto em inscrições como em camadas de terra, de que as narrativas do Antigo Testamento tratam de verdadeiros fatos históricos. E os ‘eruditos’, decididamente, estão tomando atitude de maior respeito para com a tradição referente à autoria de Moisés.” Assim, mesmo a evidência externa vindica Deuteronômio e todo o Pentateuco como sendo genuínos e autênticos escritos de Moisés, profeta de Deus.

Deuteronômio ‒ Visão geral e estrutura


CONTEÚDO DE DEUTERONÔMIO

10 O livro compõe-se principalmente de uma série de discursos que Moisés proferiu perante os filhos de Israel, nas planícies de Moabe, defronte de Jericó. O primeiro destes discursos termina no capítulo 4, o segundo vai até o fim do capítulo 26, o terceiro continua até o fim do capítulo 28, e um outro discurso se estende até o fim do capítulo 30. A seguir, depois de Moisés tomar providências finais, em virtude da aproximação de sua morte, incluindo comissionar a Josué como seu sucessor, ele escreve um belíssimo cântico de louvor a Jeová, seguido de bênção sobre as tribos de Israel.
11 Primeiro discurso de Moisés (1:1-4:49). Este constitui uma introdução histórica daquilo que vem em seguida. Primeiro, Moisés recapitula os fiéis tratos de Jeová com o Seu povo. Moisés manda este ir tomar posse da terra prometida a seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó. Relembra como Jeová, no início da viagem pelo ermo, coordenou a atividade desta comunidade teocrática, fazendo com que Moisés selecionasse homens sábios, discretos e experientes para agirem como chefes de grupos de mil, de cem, de cinqüenta e de dez. Havia uma organização extraordinária, supervisionada por Jeová, ao passo que Israel ‘ia marchando através de todo aquele grande e atemorizante ermo’. — 1:19.
12 Moisés lhes faz lembrar agora o pecado de rebelião que cometeram, quando deram ouvidos ao relatório dos espias que haviam voltado de Canaã e queixaram-se, dizendo que Jeová os odiava por tê-los tirado do Egito, segundo o acusaram, só para os abandonar às mãos dos amorreus. Por demonstrarem falta de fé, Jeová declarou àquela geração má que nenhum dentre eles, exceto Calebe e Josué, veria aquela boa terra. Com isso, agiram novamente de modo rebelde, ficando agitados e fazendo a sua própria investida independente contra o inimigo, só para serem rechaçados e dispersos pelos amorreus como um enxame de abelhas.
13 Viajaram através do ermo, indo em direção ao mar Vermelho, e, no decorrer de 38 anos, morreu toda a geração dos homens de guerra. Jeová ordenou-lhes então que passassem para o outro lado e tomassem posse do país ao norte do Árnon, dizendo: “Neste dia principiarei a pôr o pavor de ti e o temor de ti diante dos povos debaixo de todos os céus, os quais ouvirão a notícia a teu respeito; e ficarão deveras agitados e terão dores semelhantes às de parto, por tua causa.” (2:25) Síon e sua terra caíram às mãos dos israelitas, e daí o reino de Ogue foi ocupado. Moisés assegurou a Josué que Jeová lutaria por Israel do mesmo modo, para derrotar todos os reinos. Daí, Moisés perguntou a Deus se ele próprio poderia de alguma forma entrar na boa terra, além do Jordão, mas Jeová continuou a recusar isto, dizendo-lhe que comissionasse, encorajasse e fortalecesse a Josué.
14 Moisés dá agora grande ênfase à Lei de Deus, advertindo contra aumentar ou diminuir Seus mandamentos. A desobediência trará calamidades: “Apenas guarda-te e cuida bem da tua alma, para que não te esqueças das coisas que teus olhos viram e para que não se afastem de teu coração todos os dias da tua vida; e tens de dá-los a conhecer a teus filhos e a teus netos.” (4:9) Quando Jeová lhes declarou as Dez Palavras em circunstâncias temíveis, em Horebe, não viram nenhuma forma. Será desastroso para eles voltarem-se agora para a idolatria e adorarem imagens, pois, conforme Moisés diz: “Jeová, teu Deus, é um fogo consumidor, um Deus que exige devoção exclusiva.” (4:24) Foi ele quem amou a seus antepassados e os escolheu. Não há outro Deus nos céus acima ou na terra embaixo. Moisés exorta à obediência a Ele, “para que prolongues os teus dias no solo que Jeová, teu Deus, te dá, para sempre”. — 4:40.
15 Depois de concluir este poderoso discurso, Moisés passa a escolher, ao leste do Jordão, a Bezer, Ramote e Golã como cidades de refúgio.
16 Segundo discurso de Moisés (5:1-26:19). Este discurso é um convite para que Israel ouça a Jeová que lhe falou face a face em Sinai. Note como Moisés repete a Lei com alguns ajustes necessários, adaptando-a assim à nova vida do povo do outro lado do Jordão. Não se trata de mera repetição dos regulamentos e das ordenanças. Cada palavra mostra que o coração de Moisés está cheio de zelo e de devoção a seu Deus. Ele fala para o bem daquela nação. O livro inteiro acentua a obediência à Lei — uma obediência proveniente de um coração cheio de amor, não sob compulsão.
17 Primeiro, Moisés repete as Dez Palavras, os Dez Mandamentos, e diz a Israel que os observe, não se desviando nem para a direita nem para a esquerda, a fim de prolongar os seus dias na terra e se tornar numeroso. “Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová.” (6:4) Israel precisa amar a Deus de coração, alma e força vital, e deve ensinar a seus filhos e lhes falar dos grandes sinais e milagres que Jeová realizou no Egito. Não deve fazer alianças matrimoniais com os cananeus idólatras. Jeová escolheu Israel para se tornar sua propriedade especial, não por ser numeroso, mas porque o ama e guardará a declaração juramentada que fez a seus antepassados. Israel precisa evitar o laço da religião demoníaca, precisa destruir as imagens que se acham no país e apegar-se a Jeová, que é realmente “um Deus grande e atemorizante”. — 7:21.
18 Jeová humilhou os israelitas por 40 anos no ermo, ensinando-lhes que o homem vive não só de maná ou de pão, mas de toda expressão que sai da boca de Jeová. Durante todos aqueles anos de correção, a roupa deles não se gastou, tampouco os seus pés se incharam. Agora estão prestes a entrar na terra de riqueza e fartura! Entretanto, precisam guardar-se dos laços do materialismo e da justiça própria, e lembrar-se de que Jeová é ‘o dador de poder para produzir riqueza’ e aquele que desapossa as nações más. (8:18) Moisés recorda então as ocasiões em que Israel provocou a Deus. Os israelitas precisam lembrar-se de que a ira de Jeová se acendeu contra eles no ermo por meio de pragas, fogo e morte! Precisam lembrar-se de sua adoração desastrosa do bezerro de ouro, que resultou na ira ardente de Jeová e em refazer ele as tábuas da Lei! (Êxo. 32:1-10, 35; 17:2-7; Núm. 11:1-3, 31-35; 14:2-38) Certamente, precisam agora servir e apegar-se a Jeová, que os amou por causa de seus antepassados e os tornou “como as estrelas dos céus em multidão”. — Deut. 10:22.
19 Israel precisa guardar “o mandamento inteiro”, e sem falta obedecer a Jeová, amando-o como seu Deus e servindo-o de todo o coração e de toda a alma. (11:8, 13) Jeová os amparará e os recompensará se lhe obedecerem. No entanto, precisam aplicar-se e ensinar diligentemente a seus filhos. A escolha colocada diante de Israel é explicitamente declarada: a obediência conduz à bênção, a desobediência, à maldição. Não devem ‘seguir outros deuses’. (11:26-28) Moisés delineia a seguir leis específicas que têm a ver com Israel, ao passo que avança para tomar posse da Terra Prometida. São (1) leis relativas à religião e adoração; (2) leis relativas à administração da justiça, governo e guerra; e (3) leis que regulam a vida privativa e social do povo.
20 (1) Religião e adoração (12:1-16:17). Quando os israelitas entrarem no país, todo vestígio da religião falsa — seus altos, altares, colunas, postes sagrados e suas imagens — precisa ser impreterivelmente destruído. Os israelitas precisam adorar unicamente no lugar em que Jeová, seu Deus, escolher colocar o seu nome, e ali precisam regozijar-se nele, todos eles. Os regulamentos sobre o consumo de carne e sobre sacrifícios incluem lembretes constantes de que não devem comer sangue. “Apenas toma a firme resolução de não comer o sangue . . . Não o deves comer, para que te vá bem a ti e a teus filhos depois de ti, pois farás o que é direito aos olhos de Jeová.” (12:16, 23-25, 27; 15:23) Em seguida, Moisés condena bem nitidamente a idolatria. Israel não deve nem mesmo procurar informar-se sobre os caminhos da religião falsa. Caso se prove que um profeta é falso, precisa ser morto, e os apóstatas — mesmo que sejam parentes queridos ou amigos, sim, mesmo cidades inteiras — precisam ser da mesma forma entregues à destruição. A seguir, vêm os regulamentos sobre alimentos puros e impuros, pagamento dos dízimos e assistência aos levitas. Os interesses dos endividados, dos pobres e dos escravos devem ser protegidos com amor. Finalmente, Moisés faz um retrospecto das festas anuais como ocasiões para agradecer a Jeová as bênçãos concedidas: “Três vezes no ano, todo macho teu deve comparecer perante Jeová, teu Deus, no lugar que ele escolher: na festividade dos pães não-fermentados, e na festividade das semanas, e na festividade das barracas, e ninguém deve comparecer perante Jeová de mãos vazias.” — 16:16.
21 (2) Justiça, governo e guerra (16:18-20:20). Em primeiro lugar, Moisés dá as leis referentes a juízes e autoridades. A justiça é coisa de suma importância, pois Jeová detesta o suborno e o desvirtuamento do julgamento. Esboça-se o processo quanto a estabelecer a evidência e regulamentar casos jurídicos. “Pela boca de duas ou três testemunhas deve ser morto aquele que há de morrer.” (17:6) Declaram-se as leis relativas a reis. Fazem-se provisões para os sacerdotes e os levitas. O espiritismo é proscrito, visto ser ‘detestável para Jeová’. (18:12) Olhando para o futuro distante, Moisés declara: “Um profeta do teu próprio meio, dos teus irmãos, semelhante a mim, é quem Jeová, teu Deus, te suscitará — a este é que deveis escutar.” (18:15-19) Mas o falso profeta tem de ser morto. Esta parte conclui com leis relativas às cidades de refúgio e vingar sangue, bem como com qualificações para isenção do serviço militar e regulamentos sobre guerra.
22 (3) A vida privativa e social (21:1-26:19). As leis que dizem respeito à vida cotidiana dos israelitas são apresentadas em questões tais como encontrar uma pessoa que foi morta, casamento com mulheres capturadas, direito do primogênito, filho rebelde, pendurar criminosos na estaca, evidência da virgindade, crimes sexuais, castração, filhos ilegítimos, tratamento dado aos estrangeiros, medidas sanitárias, pagar juros e cumprir votos, divórcio, rapto, empréstimos, salários e respigas após a ceifa. O limite para fustigar um homem deve ser de 40 golpes. O touro não deve ser açaimado quando debulha. Esboça-se o procedimento no caso de casamento com cunhado. Devem ser usados pesos exatos, pois Jeová detesta a injustiça.
23 Antes de concluir este discurso fervoroso, Moisés relembra como Amaleque golpeou pela retaguarda os israelitas exaustos que fugiam do Egito, e Moisés ordena a Israel: “Deves extinguir a menção de Amaleque debaixo dos céus.” (25:19) Quando entrarem no país, deverão oferecer com regozijo os primeiros frutos do solo, e também os dízimos, com a seguinte oração de agradecimento a Jeová: “Olha deveras para baixo desde a tua santa habitação, os céus, e abençoa teu povo Israel e o solo que nos deste, assim como juraste aos nossos antepassados, a terra que mana leite e mel.” (26:15) Se cumprirem estes mandamentos de todo o coração e de toda a alma, Jeová, de sua parte, os ‘porá alto acima de todas as outras nações que fez, resultando em louvor, e em fama, e em beleza, ao passo que se mostram um povo santo para Jeová, seu Deus, assim como ele prometeu’. — 26:19.
24 Terceiro discurso de Moisés (27:1-28:68). Neste, os anciãos de Israel e os sacerdotes juntam-se a Moisés quando ele enumera extensamente as maldições da parte de Jeová pela desobediência e as bênçãos pela fidelidade. Avisos funestos são dados sobre os temíveis resultados da infidelidade. Se Israel, como seu povo santo, continuar a dar ouvidos à voz de Jeová, seu Deus, receberá maravilhosas bênçãos, e todos os povos da terra verão que o nome de Jeová é invocado sobre ele. Se, ao contrário, deixar de fazer isso, Jeová enviará “a maldição, a confusão e a reprimenda”. (28:20) Será acometido de doenças repugnantes, será flagelado pela seca e pela fome; seus inimigos o perseguirão e o escravizarão, e será espalhado e aniquilado da terra. Estas maldições, e ainda mais, lhe sobrevirão se não ‘cuidar em cumprir todas as palavras desta lei que se acham escritas neste livro, de modo a temer este glorioso e atemorizante nome, sim, Jeová, seu Deus’. — 28:58.
25 Quarto discurso de Moisés (29:1-30:20). Jeová faz agora um pacto com Israel em Moabe. Este incorpora a Lei, conforme repetida e explicada por Moisés, o que servirá de guia para Israel ao entrar na Terra Prometida. O juramento solene que acompanha o pacto sublinha as responsabilidades daquela nação. Finalmente, Moisés chama os céus e a terra como testemunhas, pois coloca diante do povo a vida e a morte, a bênção e a maldição, e exorta: “Tens de escolher a vida para ficar vivo, tu e tua descendência, amando a Jeová, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele; pois ele é a tua vida e a longura dos teus dias, para morares no solo de que Jeová jurou aos teus antepassados Abraão, Isaque e Jacó que lhes havia de dar.” — 30:19, 20.
26 Josué é comissionado, e o cântico de Moisés (31:1-32:47). O capítulo 31 relata que, depois de Moisés escrever a Lei e dar instruções relativas à sua leitura pública regular, ele comissiona a Josué, dizendo-lhe que seja corajoso e forte, e, daí, relata que Moisés prepara um cântico comemorativo e completa a escrita das palavras da Lei, bem como toma providências para que ela seja colocada ao lado da arca do pacto de Jeová. Depois disso, Moisés enuncia as palavras do cântico perante a congregação inteira como exortação final.
27 Com quanto apreço Moisés inicia seu cântico, identificando a Fonte revigorante das instruções que recebeu! “Meu ensinamento gotejará como a chuva, minha declaração pingará como o orvalho, como chuvas suaves sobre a relva, e como chuvas copiosas sobre a vegetação. Pois declararei o nome de Jeová.” Sim, atribua-se grandeza ao “nosso Deus”, “a Rocha”. (32:2-4) Torne-se conhecida a sua obra perfeita, seus justos caminhos, sua fidelidade, sua justiça e sua retidão. Foi vergonhoso Israel agir ruinosamente, embora Jeová o cercasse num deserto vago e uivante, salvaguardando-o como a menina de seu olho e pairando sobre ele como a águia sobre seus filhotes. É graças a ele que seu povo engordou, e Deus o chamou de Jesurum, “Aquele Que É Reto”, mas os israelitas o incitaram ao ciúme com deuses estranhos e se tornaram “filhos em que não há fidelidade”. (32:20) A vingança e a retribuição pertencem a Jeová. É ele quem faz morrer e faz viver. Quando afiar a sua espada reluzente e a sua mão segurar o julgamento, tomará deveras vingança de seus adversários. Que confiança isto deve inspirar no seu povo! Conforme diz o cântico, atingindo o seu clímax, é tempo de alegrar-se: “Alegrai-vos, ó nações, com o seu povo.” (32:43) Que poeta no mundo poderia compor uma obra que se aproximasse à beleza excelsa, ao poder e à profundidade de significado deste cântico em louvor a Jeová?
28 A bênção final de Moisés (32:48-34:12). Moisés recebe agora instruções finais concernentes à sua morte, mas ainda não terminou o seu serviço teocrático. Primeiro, precisa abençoar a Israel, e, ao fazer isto, ele enaltece novamente a Jeová, o Rei de Jesurum, como que resplandecendo com suas santas miríades. As tribos recebem bênçãos individuais, sendo citadas por nome, e daí Moisés louva a Jeová como o Eminente. “O Deus da antiguidade é um esconderijo, e por baixo há os braços que duram indefinidamente.” (33:27) Com coração cheio de apreço, ele fala então as suas palavras finais à nação: “Feliz és, ó Israel! Quem é semelhante a ti, um povo usufruindo salvação em Jeová?” — 33:29.
29 Depois de contemplar a Terra Prometida, de cima do monte Nebo, Moisés morre, e Jeová o enterra em Moabe, não tendo sido conhecido nem honrado o seu sepulcro até o dia de hoje. Ele viveu até à idade de 120 anos, mas “seu olho não se havia turvado e seu vigor vital não lhe havia fugido”. Jeová o usou para realizar grandes sinais e milagres e, conforme relata o último capítulo, não se levantou “em Israel um profeta semelhante a Moisés, a quem Jeová conhecia face a face”. — 34:7, 10.

[Destaques na página 700]

DESTAQUES DE DEUTERONÔMIO

Discursos explicando partes da Lei e exortando Israel a amar e a obedecer a Jeová na terra em que estavam para entrar.
Escrito por Moisés pouco antes de Israel entrar na Terra da Promessa, em 1473 AEC.
Exortação a se lembrar do que Jeová havia feito e a servir somente a ele. (1:1-4:49)
Moisés relembra o envio de espias, a reação sem fé e rebelde ao relatório deles, o juramento de Jeová, de que aquela geração morreria no ermo.
Israel não devia molestar os filhos de Esaú (descendentes do irmão de Jacó), nem Moabe e Amom (prole do sobrinho de Abraão, Ló); mas Jeová deu a Israel a terra ocupada pelos reis amorreus Síon e Ogue, ao L do Jordão.
Moisés roga a Jeová para permitir-lhe cruzar o Jordão; em vez disso, Jeová manda-lhe comissionar e fortalecer Josué para liderar a nação.
Moisés lembra à nação a ira ardente de Jeová com respeito a Baal de Peor; não deve esquecer-se do que testemunhou em Horebe, nunca fazendo uma imagem esculpida para adoração; Jeová, o único Deus verdadeiro, exige devoção exclusiva.
Admoestação a amar a Jeová e a obedecer a todos os seus mandamentos. (5:1-26:19)
Moisés recapitula como a Lei foi dada em Horebe, repete as Dez Palavras, insta com Israel a fazer exatamente o que Jeová ordenou.
Têm de amar a Jeová de todo o coração, alma e força vital; as ordens de Deus têm de estar constantemente diante deles; devem explicar aos filhos o motivo dos regulamentos de Jeová.
Sete nações a serem extirpadas do país, junto com seus altares e imagens; nenhuma aliança matrimonial com elas.
Não se devem esquecer de como Deus lidou com eles no ermo, a fim de que soubessem que o homem não vive só de pão, mas de toda expressão da boca de Jeová.
Devem lembrar-se de como provocaram a Jeová por fazer um bezerro fundido; agora devem temê-lo, servi-lo e apegar-se a ele; cumprir todo o mandamento.
Regulamentos a serem obedecidos na Terra da Promessa: Eliminar a religião falsa de Canaã; adorar no lugar que Jeová escolher; não comer sangue; matar os apóstatas; comer alimentos puros; dar o décimo dos produtos a Jeová; ter consideração com os pobres; guardar as festividades anuais; seguir a justiça; evitar o espiritismo; escutar o suscitado por Jeová como profeta; respeitar marcos divisórios; manter a terra livre de culpa de sangue; mostrar compaixão; manter-se livre da imoralidade sexual; dar as primícias da terra a Jeová; mostrar-se santo para com Jeová.
Bênçãos pela obediência a Jeová, maldições pela desobediência. (27:1-28:68)
Depois de a nação cruzar o Jordão, a Lei devia ser inscrita em grandes pedras.
Maldições pela desobediência devem ser proferidas no monte Ebal.
Bênçãos pela obediência a todas as ordens de Jeová devem ser proferidas no monte Gerizim.
Pacto feito nas planícies de Moabe (29:1-30:20)
Recapitula o cuidado de Jeová no Egito e durante os 40 anos de Israel no ermo; adverte contra a desobediência obstinada.
Prediz a misericórdia de Jeová para com os arrependidos.
Apresenta-lhes a escolha entre a vida e a morte; exorta-os a escolher a vida por amar a Jeová, escutar a Sua voz e apegar-se a ele.
Transferência da liderança para Josué e últimas bênçãos de Moisés. (31:1-34:12)
Josué é comissionado para liderar Israel.
Moisés ensina a Israel um cântico que será testemunho contra eles caso abandonem a Jeová.
Moisés abençoa as tribos de Israel, depois morre no monte Nebo

Destaques do Deuteronômio


*** w04 15/9 Destaques do livro de Deuteronômio ***
A Palavra de Jeová É Viva

Destaques do livro de Deuteronômio

ERA o ano 1473 AEC. Haviam passado quarenta anos desde que Jeová libertara os filhos de Israel da escravidão egípcia. Por terem vagueado todos aqueles anos no deserto, os israelitas continuavam uma nação sem território próprio. Finalmente, porém, estavam às portas da Terra Prometida. O que os aguardaria ao tomarem posse dela? Que problemas enfrentariam e como deviam lidar com eles?
Antes de Israel cruzar o Rio Jordão para a terra de Canaã, Moisés preparou a congregação para a grande tarefa à frente. De que modo? Por proferir uma série de discursos que animavam e exortavam, aconselhavam e advertiam. Ele lembrou aos israelitas que Jeová Deus merecia devoção exclusiva e que eles não deviam imitar as nações vizinhas. Esses discursos constituem a maior parte do livro bíblico de Deuteronômio. E o conselho dado neles é exatamente o que precisamos hoje, porque nós também vivemos num mundo onde é um desafio darmos a Jeová devoção exclusiva. — Hebreus 4:12.
Escrito por Moisés, exceto o último capítulo, o livro de Deuteronômio abrange um período de um pouco mais de dois meses. (Deuteronômio 1:3; Josué 4:19) Vejamos como o que se declara nele pode ajudar-nos a amar a Jeová Deus de todo o nosso coração e a servi-lo fielmente.
‘NÃO SE ESQUEÇA DAS COISAS QUE SEUS OLHOS VIRAM’
(Deuteronômio 1:1-4:49)
No primeiro discurso, Moisés relembrou algumas das experiências no ermo — especialmente as que ajudariam os israelitas nos preparativos para a posse da Terra Prometida. O relato sobre a designação de juízes os ajudou a se lembrarem de que Jeová organiza o seu povo dum modo que evidencia Seu cuidado amoroso. Moisés contou também que foi por causa do relato pessimista dos dez espias que a geração precedente não entrou na terra prometida. Naquele momento, com a terra bem diante dos seus olhos, imagine o impacto que esse exemplo de aviso deve ter causado nos ouvintes de Moisés.
Recordar as vitórias que Jeová havia dado aos filhos de Israel antes de cruzarem o Jordão deve ter dado a eles coragem quando estavam prontos para começar a conquista no outro lado do rio. A terra que iam ocupar estava cheia de idolatria. Portanto, foi muitíssimo apropriado o forte aviso de Moisés contra a adoração de ídolos.
Perguntas bíblicas respondidas:
2:4-6, 9, 19, 24, 31-35; 3:1-6 — Por que os israelitas aniquilaram alguns dos povos que viviam ao leste do Jordão, mas outros não? Jeová ordenou a Israel que não lutasse com os filhos de Esaú. Por que não? Porque eram descendentes do irmão de Jacó. Os israelitas não deviam atacar os moabitas e os amonitas ou guerrear contra eles, pois eram descendentes de Ló, sobrinho de Abraão. No entanto, os reis amorreus, Síon e Ogue, não podiam reivindicar a posse daquela terra porque não tinham nenhum parentesco com Israel. Por isso, quando Síon negou-se a deixar os israelitas passar por suas terras e Ogue foi guerrear contra eles, Jeová ordenou que os israelitas destruíssem as suas cidades, não deixando nenhum sobrevivente.
4:15-20, 23, 24 — A proibição de fazer imagens esculpidas significa que é errado fazer réplicas de objetos para fins artísticos? Não. A proibição ali era de não fazer imagens para adoração — de não ‘se curvarem diante delas e as servirem’. As Escrituras não proíbem fazer esculturas ou pinturas com fins artísticos. — 1 Reis 7:18, 25.
Lições para nós:
1:2, 19. Os filhos de Israel vaguearam no deserto por uns 38 anos, embora Cades-Barnéia se achasse apenas a ‘onze dias de distância de Horebe [a região montanhosa em volta do monte Sinai, onde foram dados os Dez Mandamentos], pelo caminho da montanha de Seir’. Que preço pagaram por terem desobedecido a Jeová Deus! — Números 14:26-34.
1:16, 17. As normas de julgamento de Deus permanecem as mesmas. Aqueles que têm a responsabilidade de servir numa comissão judicativa não devem permitir que favoritismo ou medo de homem distorçam seu julgamento.
4:9. ‘Não esquecer das coisas que os olhos viram’ era essencial para Israel ser bem-sucedido. Ao passo que se aproxima o novo mundo, é vital que nós também tenhamos bem em mente os atos maravilhosos de Jeová, por sermos estudantes diligentes da Sua Palavra.
AME A JEOVÁ E OBEDEÇA OS SEUS MANDAMENTOS
(Deuteronômio 5:1-26:19)
No seu segundo discurso, Moisés relembrou quando a Lei foi dada no monte Sinai e repetiu os Dez Mandamentos. Especificaram-se sete nações que seriam totalmente destruídas. Lembrou-se aos filhos de Israel uma lição importante que aprenderam no ermo: “O homem não vive somente de pão, mas . . . de toda expressão da boca de Jeová.” Na sua nova situação, eles tinham de “guardar o mandamento inteiro”. — Deuteronômio 8:3; 11:8.
À medida que os israelitas se estabelecessem na terra da promessa, eles precisariam de leis não só referentes à adoração, mas também referentes a julgamentos, governo, guerras, bem como à vida social e particular. Moisés recapitulou essas leis e enfatizou a necessidade de amarem a Jeová e de obedecerem os Seus mandamentos.
Perguntas bíblicas respondidas:
8:3, 4 — De que modo não se gastou a roupa dos israelitas, nem se incharam seus pés durante a jornada pelo ermo? Essa foi uma provisão milagrosa, assim como o suprimento regular de maná. Os israelitas usaram a mesma roupa e os mesmos calçados desde o início da jornada, provavelmente transferindo-os para outros, ao passo que os filhos cresciam e os adultos morriam. Visto que os dois censos, um feito no começo e o outro no fim da jornada no deserto, revelaram que o número de israelitas não havia aumentado, o suprimento inicial desses itens fora suficiente. — Números 2:32; 26:51.
14:21 — Por que os israelitas podiam dar um animal morto não sangrado a um residente forasteiro ou vendê-lo a um estrangeiro, sendo que eles mesmos não podiam comê-lo? Na Bíblia, o termo “residente forasteiro” podia referir-se a alguém que não era israelita e que se tornara prosélito, ou a um residente que vivia segundo as leis básicas do país, mas que não se tornara adorador de Jeová. O estrangeiro e o residente forasteiro que não se tornavam prosélitos não estavam sob a Lei e podiam usar animais mortos não sangrados, de várias formas. Os israelitas tinham permissão de lhes dar ou vender tais animais. Por outro lado, o prosélito estava sujeito ao pacto da Lei. Conforme indica Levítico 17:10, proibia-se a tal pessoa ingerir o sangue de animal.
24:6 — Por que “tomar como penhor um moinho manual ou sua mó superior” era comparável a tomar “uma alma”? O moinho manual e sua mó superior representavam a “alma” porque era o meio de vida duma pessoa. Apoderar-se de um deles privaria toda a família de seu suprimento diário de alimento.
25:9 — O que significava tirar a sandália e cuspir na face de um homem que se negava a realizar o casamento de cunhado? Segundo “o costume de outrora em Israel quanto ao direito de resgate . . . o homem tinha de remover a sua sandália e dá-la ao seu próximo”. (Rute 4:7) Assim, ao tirar a sandália, o homem que se negava a realizar o casamento de cunhado confirmava sua renúncia à posição e ao direito de produzir um herdeiro para o seu irmão falecido. Isso era vergonhoso. (Deuteronômio 25:10) Cuspir na face dele era um ato de humilhação. — Números 12:14.
Lições para nós:
6:6-9. Assim como se ordenara aos israelitas que se empenhassem em conhecer a Lei, nós também devemos conhecer bem as ordens de Deus, obedecê-las todo o tempo e ensiná-las aos nossos filhos. Temos de ‘atá-las como sinal na mão’, para que as nossas ações — representadas pelas mãos — mostrem que obedecemos a Jeová. E a nossa obediência tem de ser visível a todos como ‘frontal entre os nossos olhos’.
6:16. Que nunca ponhamos Jeová à prova, assim como os israelitas sem fé fizeram em Massá, quando resmungaram contra Moisés por causa da falta de água. — Êxodo 17:1-7.
8:11-18. O materialismo pode fazer-nos esquecer de Jeová.
9:4-6. Não devemos nos achar justos.
13:6. Não devemos permitir que alguém nos desvie da adoração de Jeová.
14:1. Mutilar-se mostra desrespeito pelo corpo e pode estar relacionado com a religião falsa, e precisa ser evitado. (1 Reis 18:25-28) A esperança da ressurreição torna inapropriada tal expressão extrema de pesar pela pessoa falecida.
20:5-7; 24:5. Deve ser dada atenção aos que estão em situações especiais, mesmo que aquilo que você esteja fazendo no momento seja importante.
22:23-27. Gritar é uma das defesas mais eficientes duma mulher quando está sendo ameaçada de estupro.
“TENS DE ESCOLHER A VIDA”
(Deuteronômio 27:1-34:12)
No seu terceiro discurso, Moisés declarou que os israelitas, depois de cruzarem o Jordão, teriam de escrever a Lei em grandes pedras e também proclamar as maldições decorrentes da desobediência e as bênçãos resultantes da obediência. O quarto discurso começa com a renovação do pacto entre Jeová e Israel. Moisés advertiu de novo contra a desobediência e exortou o povo a “escolher a vida”. — Deuteronômio 30:19.
Além dos quatro discursos, Moisés falou sobre o líder que o sucederia, e ensinou aos israelitas um belo cântico de louvor a Jeová e de alerta contra os prejuízos da infidelidade. Depois de abençoar as tribos, Moisés faleceu à idade de 120 anos e foi sepultado. O período de luto durou 30 dias, quase metade do tempo abrangido por Deuteronômio.
Perguntas bíblicas respondidas:
32:13, 14 — Visto que os israelitas foram proibidos de comer qualquer gordura, qual o significado da expressão comer “a gordura de carneiros”? Essa expressão é usada aqui figurativamente e se refere ao melhor do rebanho. O mesmo versículo fala de “rins do trigo” e de “sangue de uva” indicando um uso poético dessas expressões.
33:1-29 — Por que Simeão não foi mencionado especificamente na bênção que Moisés proferiu aos filhos de Israel? Foi porque tanto Simeão como Levi haviam agido “impiedosamente” e sua ira fora “cruel”. (Gênesis 34:13-31; 49:5-7) A herança deles não era igual às das outras tribos. Levi recebeu 48 cidades, e a parte de Simeão ficava dentro do território de Judá. ( Josué 19:9; 21:41, 42) Por isso, Moisés não abençoou especificamente Simeão. No entanto, a bênção de Simeão estava incluída na bênção geral dada a Israel.
Lições para nós:
31:12. As crianças devem ficar sentadas com os adultos nas reuniões congregacionais, e também se esforçar para escutar e aprender.
32:4. Todas as atividades de Jeová são perfeitas, pois expressam seus atributos de justiça, sabedoria, amor e poder em equilíbrio perfeito.
De grande valor para nós
Deuteronômio apresenta Jeová como “um só Jeová”. (Deuteronômio 6:4) É um livro que fala de um povo que tinha uma relação ímpar com Deus. Adverte também contra a idolatria e enfatiza a necessidade de se dar devoção exclusiva ao verdadeiro Deus.
Deuteronômio certamente é de grande valor para nós. Embora não estejamos sob a Lei mosaica, podemos aprender muito dela, o que nos ajudará a ‘amar a Jeová, nosso Deus, de todo o coração, de toda a alma e de toda a força vital’. — Deuteronômio 6:5.
[Nota(s) de rodapé]
O último capítulo, que fala da morte de Moisés, talvez tenha sido acrescentado por Josué ou pelo Sumo Sacerdote Eleazar.

*** w84 1/8 pp. 27-30 Deuteronômio exorta-nos a servir a Jeová com profunda alegria ***

Deuteronômio exorta-nos a servir a Jeová com profunda alegria

OS ADORADORES de Jeová devem servi-lo fielmente e com profunda alegria. O livro bíblico de Deuteronômio torna isto claro. (Deuteronômio 28:45-47) E sua exortação a tal serviço fiel e alegre tem grande importância na vida das testemunhas de Jeová do século 20.
Deuteronômio foi escrito pelo profeta hebreu Moisés, nas planícies de Moabe, em 1473 AEC, e abrange pouco mais de dois meses. É provável que o último capítulo tenha sido acrescentado por Josué ou pelo sumo sacerdote Eleazar. Deuteronômio consiste em quatro discursos, bem como um cântico e uma bênção proferidos por Moisés quando Israel estava prestes a entrar na Terra Prometida. (Deuteronômio 1:3; Josué 1:11; 4:19) Em Deuteronômio, Moisés explicou e forneceu detalhes sobre certos pontos da Lei. Entre outras coisas, o livro indica que Jeová exige devoção exclusiva. Também adverte contra a adoração falsa e exorta o povo de Deus a ser fiel no serviço sagrado a Ele.
Mas, em que sentidos específicos é que as palavras registradas em Deuteronômio ajudaram aos israelitas? E como pode este livro beneficiar hoje as Testemunhas de Jeová?
Os israelitas haviam passado cerca de 40 anos no ermo, quando Moisés passa então a dirigir-lhes a palavra. Em parte, ele relembra a designação de juízes para auxiliá-lo. Cita o mau relato dos dez espias que levou à rebelião e à peregrinação no ermo. Também são relembradas as vitórias que Deus tornou possíveis. Moisés adverte contra fazer ídolos e reforça isso por declarar: “Jeová, teu Deus, é um fogo consumidor, um Deus que exige devoção exclusiva.” Segue-se a isso a exortação a se obedecer a Jeová. — Deuteronômio 1:1 a 4:49.
Num segundo discurso, Moisés primeiramente repete as Dez Palavras e relata como a Lei foi dada. Dá-se ênfase a amar a Jeová de todo o coração, de toda a alma e de toda a força vital. A instrução dos filhos é destacada. Sete nações de Canaã e seus apetrechos da adoração falsa são condenados à destruição. Declara-se aos israelitas que eles foram escolhidos, não devido à sua justiça, mas devido à fidelidade de Jeová em manter Seus pactos. Após entrarem na Terra Prometida, deverão permanecer obedientes e não se esquecer de Deus. São recapitulados casos de desobediência, e o profundo amor e o temor a Deus são revelados essenciais. Bênçãos e maldições são postas diante de Israel, e exorta-se à obediência a Deus. — Deuteronômio 5:1 a 11:32.
São citadas a seguir leis que envolvem a vida na Terra Prometida. Entre estas encontram-se regulamentos quanto à destruição dos vestígios da religião impura, quanto a comer carne e o que fazer com o sangue, quanto a como lidar com falsos profetas e apostasia, alimentos puros e impuros e cobrança do dízimo. São fornecidos pormenores sobre remissões de dívidas, escravidão e animais primogênitos. São consideradas as três festividades anuais, bem como assuntos judiciais e leis para reis e levitas. Depois de se fazerem advertências contra o espiritismo, prediz-se um profeta semelhante a Moisés. — Deuteronômio 12:1 a 18:22.
Entre outros regulamentos mencionados, encontram-se os concernentes a cidades de refúgio, isenção militar, purificação da culpa de sangue, casamento com mulheres tomadas cativas, direito do primogênito, filhos rebeldes, respeito para com a vida e a propriedade alheia, questões sexuais e inelegibilidade como membros da congregação. Ainda outras leis incluem as que tratam de escravos, pagamento de juros, e votos. Os regulamentos sobre questões tais como divórcio, empréstimos, bondade para com os órfãos de pai e as viúvas, casamento de cunhado, pesos exatos, o oferecimento das primícias e o dízimo concluem este discurso. — Deuteronômio 19:1 a 26:19.
O terceiro discurso de Moisés inicia com instruções para que se escreva a Lei em grandes pedras. Bênçãos deverão ser proferidas no monte Gerizim, e maldições no monte Ebal. As bênçãos por se obedecer aos mandamentos de Deus são então contrastadas com as maldições que se pode aguardar pela desobediência. — Deuteronômio 27:1 a 28:68.
Com relação ao quarto discurso de Moisés, há uma renovação do pacto entre Jeová e os israelitas. Moisés narra os cuidados de Deus no ermo. Dá-se advertência contra a desobediência, e a misericórdia de Jeová é salientada. Por fim, apresenta-se uma escolha de vida ou morte. O povo de Israel pode ‘ficar vivo por amar a Jeová, escutar a sua voz e apegar-se a ele’. — Deuteronômio 29:1 a 30:20.
Moisés exorta os israelitas a ser corajosos ao entrarem na Terra Prometida, pois Jeová marcha com eles. O comissionamento de Josué qual líder é seguido por uma profecia a respeito da rebeldia de Israel. A seguir, em cântico Moisés enaltece a Jeová, prediz ais para a infidelidade de Israel, mas conclui com uma garantia de vingança divina conjugada com a convocação: “Alegrai-vos, ó nações, com o seu povo.” Moisés profere bênçãos finais, após o que o profeta com seus 120 anos vê a Terra da Promessa, morre e é enterrado por Jeová numa sepultura não identificada. — Deuteronômio 31:1 a 34:12.
O sumário precedente pode muito bem aguçar seu apetite espiritual. Mas, ao ler Deuteronômio, poderão surgir dúvidas significativas. Deixe-nos antecipar e responder a algumas delas.
PRIMEIRO DISCURSO DE MOISÉS
● 4:15-24 — Significam estas palavras contra fazer imagens que é errado exibir fotografias de pessoas?
Estes versículos proíbem fazer imagens para adoração falsa. Mas os israelitas não estavam proibidos de fazer imagens para outros propósitos. Por exemplo, havia semelhanças de querubins, aprovados por Deus, nos panos da tenda do tabernáculo a na tampa da arca sagrada. Seria impróprio associar o ato comum de tirar fotografias e exibi-las com a idolatria, a menos que sejam deliberadamente usadas para propósitos da religião falsa. Normalmente, não há objeção bíblica à fotografia, à pintura e à escultura que sirvam para propósitos úteis ou artísticos em representar pessoas ou coisas.
SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS
● 6:6-9 — Deve-se entender literalmente esta ordem de ‘atar a lei de Deus na mão’?
Estes versículos não apóiam a prática de usar filacteras (caixinhas que contêm textos da Bíblia). Antes, o teor indica uma aplicação figurativa. (Veja Êxodo 13:9; Provérbios 7:2, 3.) Não se diz que os mandamentos deveriam ser escritos em algo e depois este algo ser usado por alguém, ou ser afixado nas ombreiras das portas e nos portões. Os israelitas deviam manter em vista os mandamentos de Deus em todas as ocasiões, quer estivessem em casa, na estrada, ou próximos aos portões da cidade, onde os anciãos resolviam casos legais. Deviam reter a lei de Deus no coração, ensiná-la aos filhos e demonstrar por atos (conforme expresso pelas mãos) que aderiam a ela. As pessoas deviam identificar-se publicamente como apoiadores da lei de Jeová, assim como se estivesse escrita entre seus olhos, para que todos vissem. De modo similar, as Testemunhas de Jeová hoje procuram revelar-se servos obedientes de Deus. Seu coração as move a obedecer à Sua Palavra, e enchem a mente com coisas verdadeiras, de séria preocupação, justas, louváveis, virtuosas e dignas de louvor. Esforçam-se de todas as maneiras a mostrar que os mandamentos de Jeová estão sempre diante delas. — Filipenses 4:8; Colossenses 3:23.
● 8:3, 4 — Significa isso apenas que o suprimento de roupas era reabastecido?
A provisão do maná era um milagre contínuo. O mesmo se diz do fato de as roupas não se gastarem e de os pés não incharem durante os 40 anos no ermo. Se o suprimento de roupas simplesmente fosse renovado normalmente, isso não teria sido milagre. Não haveria dificuldade em se usar as mesmas roupas durante todos aqueles anos, porque as roupas das crianças podiam ser passadas para crianças mais novas, e outras roupas ficariam à disposição de outros ao passo que os adultos morriam. Visto que o número dos israelitas no fim da jornada no ermo era aproximadamente o mesmo que no início, o suprimento original de roupas seria adequado ao longo dos 40 anos. — Números 2:32; 26:51.
● 14:21 — Visto que os israelitas não podiam comer “nenhum corpo já morto”, por que este poderia ser dado a um residente forasteiro ou vendido a um estrangeiro?
Como Legislador Supremo, Jeová tinha o direito de impor certas restrições que se aplicassem apenas aos israelitas. Constituíam “um povo santo” para ele. Outras nações não observavam esta proibição contra comer um animal que morrera por si mesmo. Não havia nada de injusto em dar uma carcaça não sangrada ao residente forasteiro, ou em vendê-la ao estrangeiro, pois não constituía fraude por parte dos israelitas e o recebedor ou o comprador agia voluntariamente. Acrescente-se que Deuteronômio 14:21 está em harmonia com Levítico 17:10, que proibia ao residente forasteiro comer sangue. O residente forasteiro que era prosélito não devia comer sangue, mas esta proibição não se aplicava ao residente forasteiro que não era pleno prosélito. A carcaça dum animal não sangrado, que era considerada impura para o israelita ou o prosélito fiel, poderia ter utilidade para aquela pessoa.
● 17:5-7 — Por que se exigia que a mão das testemunhas fosse a primeira a vir sobre a pessoa sentenciada à morte?
Todos em Israel deviam ter zelo pela adoração verdadeira e estar ansiosos de cuidar de que a organização permanecesse limpa e de que não se lançasse nenhum vitupério sobre o nome de Jeová. As testemunhas deviam demonstrar tal zelo por tomarem a dianteira na execução do julgamento. (Veja Números 25:6-9; Deuteronômio 13:6-11.) Naturalmente, uma coisa era testemunhar contra alguém, mas executar alguém era outra bem diferente. Isto faria a testemunha pensar com bastante cuidado ao fornecer evidência, e apenas uma pessoa iníqua daria falso testemunho, sabendo que seria a primeira a agir em executar o homem ou a mulher. As Testemunhas de Jeová podem aplicar estes princípios por zelarem pela pureza da congregação e também por terem muito cuidado em prestar testemunho verídico. Afinal de contas, cada um de nós precisará responder perante o Juiz Supremo, Jeová. — Mateus 12:36, 37.
● 22:5 — Em vista desta proibição, é correto a mulher usar calça comprida?
O propósito evidente desta lei era evitar abusos sexuais e confusão de identidade sexual. Na aparência e no vestuário, normalmente o homem deseja parecer-se varonil e a mulher, feminina. Agir o israelita contrário a este senso interno de decência poderia levar ao homossexualismo. Embora tanto os homens como as mulheres usassem naquele tempo vestimentas compridas, havia diferença entre o traje do homem e o da mulher. De modo similar, em algumas partes da terra hoje em dia, tanto os homens como as mulheres usam calça comprida, embora os estilos difiram para cada sexo. O princípio neste texto não impediria uma cristã de usar às vezes calça comprida, como ao trabalhar em casa ou numa fazenda. E, de acordo com o costume e a necessidade local, a calça comprida pode ser a roupa preferida em lugares de clima muito frio. A Bíblia aconselha as mulheres a se ‘adornarem em vestido bem arrumado, com modéstia e bom juízo’. — 1 Timóteo 2:9, 10.
● 24:6 — De que forma tomar como penhor um moinho manual ou uma mó superior seria o mesmo que tomar em penhor uma alma?
Em geral, o pão era assado diariamente e com freqüência os cereais tinham de ser moídos, para se fazer a farinha. Portanto, o pão de cada dia da família dependia do moinho manual. Misericordiosamente, pois, a Lei de Deus proibia tomar como penhor o moinho manual duma pessoa, ou sua mó superior. Tomar qualquer um destes resultaria em privar a família do seu pão de cada dia e equivaleria a tomar uma “alma” ou “os meios de vida”.
DISCURSOS FINAIS, CÂNTICO E BÊNÇÃO
● 32:39 — Como pode não haver nenhum deus com Jeová, quando João 1:1 diz que ‘a Palavra estava com o Deus e era deus’?
Estes textos tratam de assuntos completamente diferentes. O ponto salientado em Deuteronômio 32:39 é que os deuses falsos não têm parte alguma com o verdadeiro Deus, Jeová, em seus atos de salvação. São incapazes de livrar seus adoradores da calamidade, e tais deuses não estavam com Jeová em nada do que ele fez. Embora a “Palavra” seja um deus, ou alguém poderoso, ele não está em oposição a Jeová, nem age como Seu rival, como era o caso dos deuses falsos. — Deuteronômio 32:12, 37, 38.
● 33:1-29 — Por que Simeão não é mencionado nesta bênção?
Simeão e Levi haviam cooperado num ato de crueldade, e embora recebessem porções em Israel, estas não foram iguais às das demais tribos. Os levitas receberam 48 cidades em todo o país, ao passo que o quinhão de Simeão estava encravado no território de Judá. (Gênesis 34:13-31; 49:5-7; Josué 19:9; 21:41, 42) Portanto, quando Moisés voltou sua atenção a Judá, ele estava bem apercebido de que a porção de Simeão estava incluída no território deste. Além disso, a tribo de Simeão foi incluída na bênção geral: “Feliz és, ó Israel! Quem é semelhante a ti, um povo usufruindo salvação em Jeová?” — Deuteronômio 33:29.
DE DURADOURA AJUDA PARA OS SERVOS FIÉIS
Deuteronômio é de duradouro proveito para os servos de Jeová, e podemos derivar valiosa instrução dele. Por exemplo, durante a invasão de Canaã, Josué seguiu implicitamente os conselhos agora registrados neste livro. De modo similar, devemos aceitar prontamente a orientação divina. (Deuteronômio 20:15-18; 21:23; Josué 8:24-29) Jesus Cristo citou Deuteronômio ao resistir com êxito a Satanás. Iguais a Jesus, reconhecemos que o homem precisa viver das pronunciações de Jeová, que não devemos pôr Deus à prova, e que precisamos prestar serviço sagrado somente a ele. — Mateus 4:1-11; Deuteronômio 5:9; 6:13, 16; 8:3.
Este livro identifica a Jeová como Deus que exige devoção exclusiva. (Deuteronômio 4:24; 6:15) Declara também: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força vital.” (Deuteronômio 6:5) Portanto, Deuteronômio nos exorta a servir fielmente a Jeová. Prestemos, então, serviço sagrado a ele com profunda alegria.

*** w78 1/5 pp. 21-25 Deuteronômio — os amorosos discursos de despedida de Moisés ***

Deuteronômio — os amorosos discursos de despedida de Moisés

QUANDO tinha quarenta anos de idade, tentou em vão ser o libertador de seu povo. A idade de oitenta anos, foi convocado pelo próprio Jeová Deus para libertar realmente o povo de Deus, Israel, da escravidão egípcia. Então, à idade de 120 anos, ele e seu povo estavam reunidos nas planícies de Moabe, na fronteira da Terra da Promessa. Sabendo que seu fim estava próximo, este homem Moisés extravasou seu coração para o seu povo, numa série de discursos, no que veio a ser conhecido como o livro de Deuteronômio. — Deu. 31:2; Atos 7:23-30, 35, 36.
Este quinto livro do Pentateuco recebeu seu nome da Versão dos Setenta grega, ou Septuaginta, sendo que se baseia em duas raízes gregas que significam “segunda” e “lei”. Entre os nomes que lhe foram dados pelos rabinos está Mishneh, significando repetição. Em algumas línguas, é simplesmente conhecido como o “Quinto Livro de Moisés”
O que confirma a autenticidade de Deuteronômio é o fato de que Jesus o citou repetidas vezes como Escritura inspirada. (Mat. 4:4, 7, 10, de Deu. 8:3; 6:16, 13; Mar. 10:3-5, de Deu. 24:1-3; Mar. 12:30, de Deu. 6:5) De fato, Deuteronômio é citado mais de oitenta vezes nas Escrituras Gregas Cristãs, e é um dos quatro livros mais citados, os outros sendo Gênesis, Salmos e Isaías.
O livro de Deuteronômio, porém, não é o que seu nome popular parece indicar, mera reformulação ou repetição da lei de Deus para Israel. Antes, sabendo que seu fim estava próximo, Moisés quis dar admoestações, conselhos, exortações e instruções de despedida ao povo de Jeová, conjugados com advertências, dizendo tudo o que podia e repetindo certas coisas. Era como se escrevesse uma carta de despedida a eles, por causa de seu grande amor que lhes tinha e de seu desejo de fazer todo o possível para ajudar seu povo a continuar em obediência fiel ao seu Deus Jeová. Conforme o expressou muito bem o erudito bíblico Hengstenberg, do século dezenove:
“Ele fala como um pai moribundo aos seus filhos. As palavras são sérias, inspiradas, impressionantes. Ele recorda todos os quarenta anos de sua migração no deserto, lembrando ao povo todas as bênções que havia recebido, a ingratidão com que tantas vezes as havia retribuído e os julgamentos de Deus, e o amor que continuamente se manifestava em apoio deles; explica as leis vez após vez, e acrescenta o necessário para completá-las, e nunca se cansa de exortá-los à obediência nas palavras mais cordiais e mais enfáticas, porque a própria vida da nação estava ligada a isso; ele examina to. das as tormentas e conflitos que haviam atravessado, e, contemplando o futuro pelo passado, ele examina também a história futura da nação e vê, com uma mistura de tristeza e alegria, como três grandes aspectos do passado — a saber, apostasia, punição e perdão — continuam a repetir-se no futuro.” — The Pentateuch, Vol. 3, p. 276, Keil e Delitzsch.
OS ROGOS DE MOISÉS FEITOS DE CORAÇÃO
Típica do forte sentimento de Moisés sobre os israelitas guardarem as leis de Deus, declaradas já anteriormente, é a maneira em que ele fraseia, em Deuteronômio, a proibição de comer sangue: “Apenas toma a firme resolução de não comer o sangue, porque o sangue é a alma e não deves comer a alma junto com a carne. Não o deves comer . . . Não o deves comer.” Quatro vezes ele declara esta proibição. — Deu. 12:23-25.
Visto que Moisés tinha sentimentos tão fortes sobre os assuntos, encontramo-lo freqüentemente repetindo-se, assim como o apóstolo João fez na sua primeira carta, em 1 João 4:8, 16. Por exemplo, Moisés insta com os pais para ensinarem a lei de Deus aos seus filhos, quando sentados, andando, deitando-se e levantando-se (Deu. 6:7; 11:19), lembra-lhes que Deus lhes dera o maná para humilhá-los (Deu. 8:2, 3, 16), e ele põe diante do seu povo a vida e a morte. — Deu. 30:15, 19.
Pode-se dizer que os discursos, no livro de Deuteronômio, são o “Sermão do Monte” de Moisés. Sim, o livro de Deuteronômio, de fato, é “motivado pelo desejo de instruir, assim como não encontramos em nenhum outro livro das” Escrituras Hebraicas. E ao notarmos a cordialidade, a seriedade, a solicitude de coração, a profunda preocupação de Moisés com o seu povo, com o bem-estar espiritual e mundano deste, bem como suas duas referências ao seu pesar, por não ter permissão de entrar na Terra da Promessa, que conclusão podemos tirar? Que absolutamente ninguém mais senão Moisés podia ter escrito um documento tão comovente, que simplesmente ninguém podia ter forjado todos esses sentimentos. Sim, a acusação de muitos teólogos da cristandade, de que Deuteronômio é uma piedosa fraude, não somente não tem base nenhuma, mas é absurda!
O PRIMEIRO DISCURSO DE MOISÉS
Em geral se considera que Deuteronômio compõe-se principalmente de quatro discursos. O primeiro inclui os capítulos um a quatro. Neste discurso, Moisés relata a sua designação de juízes, para lhe ajudarem a julgar o povo, e as instruções que lhes deu para julgarem imparcialmente. Ele fala também sobre o mau relato dos espias e a rebelião que isto causou.
A seguir, relata as viagens de Israel, desde o monte Sinai até as planícies de Moabe, e lembra-lhes as vitórias que haviam obtido em caminho. No capítulo quatro, ele admoesta seu povo a não se esquecer das leis de Deus, que a guarda delas os faria famosos pela sua sabedoria Adverte-os também contra fazerem ídolos, pois, não haviam visto nenhuma representação, no dia em que Jeová falou com eles no monte Sinai. Ele destaca a sua advertência com as palavras: “Jeová, teu Deus, é um fogo consumidor, um Deus que exige devoção exclusiva.” — Deu. 4:24.
O SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS
O segundo discurso de Moisés abrange os capítulos cinco a vinte e seis. Nele exorta à obediência a uma vasta série de leis de Deus, algumas delas já dadas anteriormente, tais como as relacionadas com as três festividades anuais e as cidades de refúgio, e outras que são declaradas aqui pela primeira vez. Ele começa com a repetição dos Dez Mandamentos. Continuando, enfatiza a importância de se conhecer a Jeová Deus e suas leis, porque o homem não vive só de pão. Os israelitas deviam colocar extratos da lei nas ombreiras de suas portas; deviam inculcar a lei de Deus a seus filhos todo o tempo, andando, sentando-se ou deitando-se. Os sacerdotes deviam ensinar a lei de Deus ao povo, e o próprio Rei devia fazer para si uma cópia da lei de Deus, lendo-a todos os dias de sua vida, para que continuasse humilde e prosseguisse a fazer o que era direito. — Deu. 6:7-9; 17:14-20.
Oito vezes, neste segundo discurso, Moisés exorta seu povo à fidelidade e obediência, para que lhes fosse bem. Moisés enfatiza ainda mais vezes a necessidade de seu povo amar seu Deus Jeová: “Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová. E tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força vital.” E, vez após vez, ele lembra a seu povo o amor que Jeová lhes tinha; uma bela expressão disso é encontrada em Deuteronômio 5:29: “Se somente desenvolvessem este coração seu para me temerem e para guardarem sempre todos os meus mandamentos, para que lhes fosse bem a eles e a seus filhos, por tempo indefinido!”
Moisés tinha também fortes sentimentos a respeito da justiça, a ponto de amiúde exortar os juízes do povo de Deus a agirem com justiça e imparcialidade, nunca aceitando subornos. — Deu. 1:16, 17 (primeiro discurso); 16:18; 24:17; 25:1.
Além disso, Moisés ordena repetidas vezes ao seu povo que aprecie todas as bênçãos que tem e mostre isso por se alegrar perante Jeová. Devia “ficar de todo alegre”. Sim, num discurso subseqüente, ele até mesmo adverte que lhe sobreviria uma calamidade por tempo indefinido “devido ao fato de que não serviste a Jeová, teu Deus, com alegria e contentamento”. — Deu. 16:11, 14, 15; 28:47.
Notando a sua tendência de adorar outros deuses, Moisés nunca se cansa de adverti-los contra a apostasia e os falsos profetas. A punição devia ser a pena capital. Não se devia poupar nem os membros da própria família, e até mesmo cidades inteiras deviam ser exterminadas, se fossem culpadas de se desviar para falsos deuses. — Deu. 5:7; 6:14; 7:4; 8:19; 11:16; 13:1-18; 17:1-7; 18:20-22.
Apesar de tais fortes advertências contra a apostasia, a amorosa consideração manifestada na legislação registrada em Deuteronômio é extraordinária nos anais da jurisprudência. Quando convocados para a guerra, o homem que era noivo, o homem recém-casado ou o homem que havia plantado um vinhedo ou construído uma casa, e que ainda não havia tido a oportunidade de usufruir os frutos dos seus labores, estava isento de serviço militar por algum tempo. Em certos sentidos, pode-se dizer que grande parte de Deuteronômio previa as injustiças que podiam acontecer, e dava ordens para impedir sua ocorrência. — Deu. 20:5-7; 24:5.
Nem mesmo as aves e os animais eram desconsiderados. O israelita que encontrasse uma ave no ninho, tinha de deixar escapar a mãe, embora pudesse ficar com os filhotes. O lavrador não devia açaimar o touro que debulhava cereais. Ao arar, não devia pôr sob o mesmo jugo um jumento e um touro, porque a desigualdade de forças causaria dificuldades ao jumento, mais fraco. — Deu. 22:6-10; 25:4.
Neste discurso, Moisés adverte também os israelitas contra se tornarem materialistas por causa da prosperidade e contra o pecado da autojustiça. Para evitar o pecado da apostasia, não deviam casar-se com pagãos. (Deu. 7:3, 4) Moisés apresenta incisivamente a Israel as bênçãos e as maldições, dependentes do proceder que adotariam. Ele prediz também a vinda dum profeta semelhante a ele mesmo, a quem o povo teria de escutar, sob pena de morte. O apóstolo Pedro aplicou esta profecia a Jesus Cristo. — Deu. 18:15-19; Atos 3:22, 23.
O TERCEIRO E O QUARTO DISCURSO
No seu terceiro discurso, Moisés dá instruções a respeito das bênçãos e das maldições que os levitas deviam proferir publicamente ao entrarem na Terra da Promessa. Seis tribos deviam postar-se diante do monte Gerizim e dizer “Amém!” à declaração das bênçãos de Jeová, pelos levitas, por terem servido a ele fielmente e por terem obedecido às Suas leis. E as outras seis tribos deviam ficar em pé diante do monte Ebal e dizer “Amém!” à declaração das maldições, pelos levitas, sobre os que violavam as leis de Deus com respeito à adoração e à moral. Não se contentando com esta enumeração, Moisés amplia o tema das bênçãos por se fazer o que é direito e as maldições pela desobediência. Essas bênçãos e maldições mostraram ser proféticas. — Deu. 27:1 a 28:68.
O quarto discurso de exortação no ermo, por Moisés (capítulos 29 e 30), começa por ele relembrar os milagres que Jeová Deus realizara a favor deles, inclusive aquele em que “vossos mantos não se gastaram sobre vós, e tua sandália não se gastou no teu pé”. (Deu. 29:5) Moisés celebra então ali um pacto entre Jeová Deus e o povo dele e adverte novamente contra as sérias conseqüências da desobediência. No entanto, ele fala também que, pelo arrependimento deles, Jeová novamente os restabeleceria no seu favor, e assim, à base desta profecia, ele lhes oferece a escolha: “Tomo hoje os céus e a terra por testemunhas contra vós de que pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a invocação do mal; e tens de escolher a vida para ficar vivo, tu e tua descendência, amando a Jeová, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele; pois ele é a tua vida e a longura dos teus dias.” — Deu. 30:19, 20.
AS PALAVRAS FINAIS DE MOISÉS
Moisés, então já com 120 anos de idade, anima seu povo na travessia do Jordão para tomar posse da Terra da Promessa. “Sede corajosos e fortes. Não tenhais medo nem vos assusteis diante deles, porque Jeová, teu Deus, é quem marcha contigo.” Ele exorta Josué com palavras similares e depois ordena que cada sete anos houvesse uma assembléia, em que se recapitularia a lei de Deus aos ouvidos de homens, mulheres e pequeninos. Segue-se então uma profecia que prediz a rebeldia de Israel, em vista do modo em que se rebelaram no ermo: “Pois eu — eu conheço bem a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Se vos mostrastes rebeldes em comportamento para com Jeová enquanto hoje ainda estou vivo convosco, então quanto mais após a minha morte!” Em vista desta profecia, devia qualquer judeu admirar-se de que seu povo, em geral, deixou de aceitar o Moisés maior, Jesus Cristo, seu Messias? — Deu. 31:1-30.
A seguir, Moisés, por meio dum cântico superlativo, atribui grandeza a Jeová: “A Rocha, perfeita é a sua atuação, pois todos os seus caminhos são justiça. Deus de fidelidade e sem injustiça; justo e reto é ele.” Ele comenta extensivamente o proceder errante do seu povo, lembrando-lhe que a vingança pertence a Jeová e exclamando então: “Alegrai-vos, ó nações, com o seu povo.” Moisés conclui por proferir uma bênção sobre todas as tribos, exceto Simeão. — Deu. 32:1 a 33:29.
O livro termina com os pormenores da morte de Moisés, mui provavelmente escritos ou por Josué, ou por Eleazar, o sumo sacerdote. O “olho [de Moisés] não se havia turvado e seu vigor vital não lhe havia fugido”. Seu povo lamentou-o muito por trinta dias, porque “nunca mais se levantou em Israel um profeta semelhante a Moisés, a quem Jeová conhecia face a face”. — Deu. 34:1-12.
Hoje, o povo dedicado de Jeová está numa situação similar à dos israelitas nas planícies de Moabe. Portanto, faremos bem em tomar a peito as verdades e as admoestações que Moisés deu aos israelitas. Uma coisa é certa, queremos sempre reconhecer que o homem não vive só de pão, mas de cada palavra que procede da boca de Jeová. Sabemos muito bem que Jeová, nosso Deus, é um só Jeová, e que temos de amá-lo de todo o coração, alma e energia vital, porque ele é um Deus que exige devoção exclusiva. Além disso, ele é um Deus que é um fogo consumidor e a quem pertence a vingança. Queremos também consolar-nos com o fato de que toda a atividade dele é perfeita e justa. Deveras, observar seus regulamentos significa vida, ao passo que a desobediência significa morte.
Alegramo-nos de bom grado com todo nosso empreendimento, porque a bondade de Jeová está conosco, e convidamos as pessoas de todas as nações a se alegrarem conosco. Foi observado muito bem: “Coloque-se o homem do século vinte sob a soberania de Deus, em cada aspecto de sua vida, e ele passará a compreender a importância do livro de Deuteronômio.”
[Nota(s) de rodapé]
Deu. 6:4, 5; 10:12; 11:1, 13, 22; 13:3; 19:9; 30:6, 16, 20.

Deuteronômio ‒ Importância e benefícios


POR QUE É PROVEITOSO

30 Sendo o livro concludente do Pentateuco, Deuteronômio está em harmonia com tudo o que o precedeu em declarar e santificar o grande nome de Jeová Deus. Só ele é Deus, e exige devoção exclusiva, não tolerando rivalidade por parte de deuses-demônios da adoração religiosa falsa. No dia de hoje, todos os cristãos precisam prestar séria atenção aos grandes princípios por trás da lei de Deus e obedecer-Lhe, a fim de evitarem Sua maldição, quando ele afiar a sua espada reluzente para executar vingança sobre seus adversários. O seu maior e primeiro mandamento precisa tornar-se o marco indicador nas suas vidas: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força vital.” — 6:5.
31 O restante das Escrituras faz freqüentes referências a Deuteronômio para aprofundar nosso apreço pelos propósitos divinos. Além de suas citações para responder ao Tentador, Jesus fez muitas outras referências a esse livro. (Deut. 5:16—Mat. 15:4; Deut. 17:6—Mat. 18:16 e João 8:17) Estas continuam até em Revelação (Apocalipse), onde o glorificado Jesus adverte finalmente contra aumentar ou diminuir o rolo da profecia de Jeová. (Deut. 4:2—Rev. 22:18) Pedro cita Deuteronômio ao encerrar o seu poderoso argumento de que Jesus é o Cristo e o Profeta maior que Moisés que Jeová havia prometido suscitar em Israel. (Deut. 18:15-19—Atos 3:22, 23) Paulo faz referência a Deuteronômio quanto ao salário dos trabalhadores, investigação cabal que deve ser feita pelo depoimento de testemunhas e instrução dos filhos. — Deut. 25:4—1 Cor. 9:8-10 e 1 Tim. 5:17, 18; Deut. 13:14 e 19:15—1 Tim. 5:19 e 2 Cor. 13:1; Deut. 5:16—Efé. 6:2, 3.
32 Não só os escritores das Escrituras Cristãs, mas também os servos de Deus dos tempos pré-cristãos receberam instrução e encorajamento de Deuteronômio. Faremos bem em seguir o exemplo deles. Consideremos a obediência implícita de Josué, sucessor de Moisés, em entregar à destruição as cidades conquistadas, durante a invasão de Canaã, não tomando despojo como o fez Acã. (Deut. 20:15-18 e 21:23—Jos. 8:24-27, 29) Em obediência à Lei, Gideão eliminou os ‘medrosos e temerosos’ de seu exército. (Deut. 20:1-9—Juí. 7:1-11) Foi por fidelidade à lei de Jeová que os profetas em Israel e Judá falaram destemida e corajosamente, condenando aquelas nações relapsas. Amós fornece um excelente exemplo disto. (Deut. 24:12-15—Amós 2:6-8) Deveras, há literalmente centenas de exemplos que ligam Deuteronômio com o restante da Palavra de Deus, mostrando assim que é parte integrante e proveitosa de um todo harmonioso.
33 A própria essência de Deuteronômio exala louvor ao Soberano Deus, Jeová. O livro inteiro acentua: ‘Adorem a Jeová; rendam-lhe devoção exclusiva.’ Embora a Lei não mais vigore para os cristãos, os princípios por trás dela não foram ab-rogados. (Gál. 3:19) Quantas coisas podem os verdadeiros cristãos aprender deste dinâmico livro da lei de Deus, com o seu ensinamento progressivo, sua franqueza e simplicidade de apresentação! Até mesmo as nações do mundo reconhecem a excelência da lei suprema de Jeová, pois incorporaram muitos dos regulamentos de Deuteronômio nos seus próprios códigos de lei. A tabela acompanhante dá exemplos interessantes de leis a que recorreram ou aplicaram em princípio.
34 Outrossim, esta explicação da Lei chama atenção para o Reino de Deus e aprofunda o apreço por ele. De que modo? O Rei Designado, Jesus Cristo, quando estava na terra, conhecia bem esse livro e o aplicava, conforme revelam as citações precisas que fazia dele. Estendendo o domínio do seu Reino sobre toda a terra, governará segundo os justos princípios desta mesma “lei”, e todos os que irão abençoar-se nele como o “descendente” (semente) do Reino terão de obedecer a estes princípios. (Gên. 22:18; Deut. 7:12-14) É benéfico e proveitoso começar a obedecer a esses princípios desde já. Longe de ser antiquada, esta “lei”, com 3.500 anos de existência, fala-nos hoje com voz cheia de força, e continuará a fazer isso no novo mundo sob o Reino de Deus. Continue a ser santificado o nome de Jeová entre seu povo, ao passo que aplica todas as instruções proveitosas do Pentateuco, que tão gloriosamente atinge seu clímax em Deuteronômio — uma parte verdadeiramente inspirada e inspiradora de “toda a Escritura”!

Deuteronômio ‒ Alguns Aspectos Do Pacto Da Lei


*** it-2 pp. 678-684 Lei ***
[Tabela nas páginas 678-684]

ALGUNS ASPECTOS DO PACTO DA LEI

GOVERNO TEOCRÁTICO
Jeová Deus é o Soberano Supremo. (Êx 19:5; 1Sa 12:12; Is 33:22)
Um rei havia de sentar-se no “trono de Jeová”, representando-O. (1Cr 29:23; De 17:14, 15)
Outras autoridades (maiorais de tribo; chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez) eram selecionadas à base de seu temor a Deus, bem como de sua confiabilidade e incorruptibilidade. (Êx 18:21, 25; Núm 1:44)
Mereciam respeito todos que exerciam autoridade conferida por Deus: oficiais, sacerdotes, juízes, pais. (Êx 20:12; 22:28; De 17:8-13)
OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS
(Foram resumidas no maior mandamento da Lei — amar a Jeová de todo coração, mente, alma e força; De 6:5; 10:12; Mr 12:30.)
Adoração devia ser prestada somente a Jeová. (Êx 20:3; 22:20; De 5:7)
O amor devia ser poderoso fator motivador na relação da pessoa com Deus. (De 6:5, 6; 10:12; 30:16)
Todos deviam temer a Deus de modo a não desobedecê-lo. (Êx 20:20; De 5:29)
O nome de Deus não devia ser tomado dum modo fútil. (Êx 20:7; De 5:11)
Podiam chegar-se a ele apenas do modo que ele aprovava. (Núm 3:10; Le 10:1-3; 16:1)
Todos eram obrigados a guardar o sábado. (Êx 20:8-11; 31:12-17)
Congregar-se para adoração. (De 31:10-13)
Todos os varões deviam reunir-se três vezes por ano: Páscoa e Festividade dos Pães Não Fermentados, Festividade das Semanas e Festividade das Barracas. (De 16:16; Le 23:1-43)
O homem que deliberadamente negligenciasse guardar a Páscoa tinha de ser ‘decepado’. (Núm 9:13)
Sustento do sacerdócio.
Levitas recebiam das demais tribos o dízimo, ou décima parte, de todos os produtos da terra. (Núm 18:21-24)
Levitas tinham de dar ao sacerdócio o dízimo do melhor que recebiam. (Núm 18:25-29)
Oferecer sacrifícios. (He 8:3-5; 10:5-10)
Várias ofertas delineadas na Lei: ofertas queimadas regulares (Le cap. 1; Núm cap. 28), ofertas de participação em comum (Le cap. 3; e 19:5), ofertas pelo pecado (Le cap. 4; Núm 15:22-29), ofertas pela culpa (Le 5:1-6:7), ofertas de cereais (Le cap. 2), ofertas de bebidas (Núm 15:5, 10), ofertas movidas (Le 23:10, 11, 15-17).
Práticas da religião falsa proibidas.
Idolatria. (Êx 20:4-6; De 5:8-10)
Fazer cortes na carne em prol dos mortos ou fazer tatuagem. (Le 19:28)
Plantar árvore como poste sagrado. (De 16:21)
Introduzir na casa coisas detestáveis, devotadas à destruição. (De 7:26)
Falar em revolta contra Jeová. (De 13:5)
Promover adoração falsa. (De 13:6-10; 17:2-7)
Passar a praticar adoração falsa. (De 13:12-16)
Devotar descendência a deuses falsos. (Le 18:21, 29)
Espiritismo, feitiçaria. (Êx 22:18; Le 20:27; De 18:9-14)
DEVERES DO SACERDÓCIO
(Na execução de seus deveres, os sacerdotes eram ajudados pelos levitas; Núm 3:5-10.)
Ensinar a Lei de Deus. (De 33:8, 10; Mal 2:7)
Servir como juízes, aplicando a lei divina. (De 17:8, 9; 19:16, 17)
Oferecer sacrifícios em favor do povo. (Le caps. 1-7)
Usar o Urim e o Tumim para indagar de Deus. (Êx 28:30; Núm 27:18-21)
SER MEMBRO DA CONGREGAÇÃO DE ISRAEL
Ser membro da congregação de Israel não era limitado aos nascidos àquela nação.
Pessoas de outras nações podiam tornar-se adoradores circuncidados.
Tais residentes forasteiros tinham de cumprir todos os termos do pacto da Lei. (Le 24:22)
Restrições que impediam ser membro da congregação de Israel.
Homem castrado por ter testículos esmagados ou de quem se cortou o membro viril. (De 23:1)
Filho ilegítimo ou seus descendentes até a “décima geração”. (De 23:2)
Amonita ou moabita (evidentemente varões) por tempo indefinido, porque não mostraram hospitalidade, mas se opuseram a Israel na época do Êxodo do Egito. (De 23:3-6)
Filhos nascidos a egípcios “como a terceira geração” podiam ser admitidos. (De 23:7, 8)
SISTEMA JUDICIAL
(As leis que regiam os casos jurídicos destacavam a justiça e a misericórdia de Jeová. Dava-se aos juízes margem para mostrar misericórdia, dependendo das circunstâncias. Estas leis também mantinham a nação incontaminada e protegiam o bem-estar de cada israelita individual.)
Juízes
Sacerdotes, reis e outros homens eram designados como juízes. (Êx 18:25, 26; De 16:18; 17:8, 9; 1Rs 3:6, 9-12; 2Cr 19:5)
Estar perante juízes era considerado como estar perante Jeová. (De 1:17; 19:16, 17)
Audiências
Causas comuns eram submetidas a juízes. (Êx 18:21, 22; De 25:1, 2; 2Cr 19:8-10)
Se tribunal de instância inferior não pudesse decidir, a causa iria a tribunais superiores. (Êx 18:25, 26; 1Rs 3:16, 28)
Causas excepcionais ou difíceis que eram levadas aos sacerdotes:
Casos de ciúme ou de impudência da esposa. (Núm 5:12-15)
Quando alguém era acusado de revolta por uma testemunha. (De 19:16, 17)
Quando se cometia ato violento ou que causasse derramamento de sangue, ou quando a decisão era difícil ou contestada. (De 17:8, 9; 21:5)
Se um homem fosse encontrado morto no campo e assassino não pudesse ser identificado. (De 21:1-9)
Testemunhas
Necessárias pelo menos duas testemunhas para estabelecer a verdade. (De 17:6; 19:15; compare isso com Jo 8:17; 1Ti 5:19.)
Mão das testemunhas devia ser primeira a vir sobre pessoa culpada quando esta era executada. Dissuadia testemunho falso, apressado ou descuidado. (De 17:7)
Dar falso testemunho.
Perjúrio estritamente proibido. (Êx 20:16; 23:1; De 5:20)
Em caso de acusação falsa contra outrem, testemunha falsa receberia punição tramada contra acusado. (De 19:16-19)
Suborno, parcialidade no julgamento.
O suborno era proibido. (Êx 23:8; De 27:25)
Perverter a justiça era proibido. (Êx 23:1, 2, 6, 7; Le 19:15, 35; De 16:19)
Manter alguém em custódia era feito apenas quando caso era difícil e tivesse de ser decidido por Jeová. (Le 24:11-16, 23; Núm 15:32-36)
Punições
Golpes — limitados a 40, para evitar espancamento degradante. (De 25:1-3; compare isso com 2Co 11:24.)
Morte por apedrejamento — depois corpo podia ser colocado numa estaca como alguém amaldiçoado. (De 13:10; 21:22, 23)
Retaliação — retribuição, punição semelhante. (Le 24:19, 20)
Indenizações: Se animal de alguém danificasse propriedade de outrem (Êx 22:5; 21:35, 36); se alguém acendesse fogo que danificasse propriedade de outrem (Êx 22:6); se alguém matasse animal doméstico de outrem (Le 24:18, 21; Êx 21:33, 34); se alguém inadvertidamente se apoderasse para uso próprio de algo ‘sagrado’, como dízimos ou sacrifícios (Le 5:15, 16); se alguém enganasse companheiro a respeito de algo ao seu cargo, ou de um depósito em mãos, ou de um roubo, ou de algo achado, e jurasse falsamente a respeito dessas coisas. (Le 6:2-7; Núm 5:6-8)
Cidades de refúgio
O homicida acidental podia fugir para a mais próxima. (Núm 35:12-15; De 19:4, 5; Jos 20:2-4)
Daí realizava-se julgamento na jurisdição em que ocorrera o incidente.
Quem fosse considerado homicida não-intencional tinha de morar na cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote. (Núm 35:22-25; Jos 20:5, 6)
O assassino deliberado era morto. (Núm 35:30, 31)
CASAMENTO, RELAÇÕES FAMILIARES, MORALIDADE SEXUAL
(A Lei salvaguardava Israel por preservar a condição sagrada do casamento e da vida familiar.)
Casamento, o primeiro foi realizado por Jeová. (Gên 2:18, 21-24)
O marido era dono de sua esposa, mas responsável perante Deus sobre como a tratava. (De 22:22; Mal 2:13-16)
Poligamia era permitida, mas regulamentada para proteger esposa e sua prole. (De 21:15-17; Êx 21:10)
Casamento era compulsório após sedução (a menos que o pai da moça o proibisse). (Êx 22:16, 17; De 22:28, 29)
Casamento levirato era o arranjo em que um homem se casava com a viúva de seu irmão, caso seu falecido irmão morresse sem deixar filho varão; o homem que não fizesse isso seria vituperado. (De 25:5-10)
Alianças matrimoniais com forasteiros eram proibidas (Êx 34:12-16; De 7:1-4), mas casamento com mulheres cativas era permitido. (De 21:10-14)
Mulheres que fossem herdeiras de terras deviam casar-se somente com alguém da própria tribo. (Núm 36:6-9)
Divórcio
Divórcio só permitido ao marido (por algo indecente por parte da esposa); exigia-se que desse à esposa certificado escrito de divórcio. (De 24:1-4)
Não se permitia divórcio se marido tivesse se casado com essa esposa depois de tê-la seduzido. (De 22:28, 29)
Homem não podia casar-se de novo com mulher de quem se divorciara, depois de ela ter-se casado novamente, e o segundo marido se divorciasse dela ou morresse. (De 24:1-4)
Adultério punível com pena de morte para ambas as partes culpadas. (Êx 20:14; De 22:22)
Incesto
O homem israelita não se podia casar com as seguintes: mãe, madrasta, ou esposa secundária de seu pai (Le 18:7, 8; 20:11; De 22:30; 27:20); irmã ou meia-irmã (Le 18:9, 11; 20:17; De 27:22); neta (Le 18:10); tia (irmã de sua mãe, ou de seu pai) (Le 18:12, 13; 20:19); tia por afinidade (a esposa do irmão de seu pai, ou do irmão de sua mãe) (Le 18:14; 20:20); nora (Le 18:15; 20:12); filha, filha adotiva, filha de filha adotiva, filha de filho adotivo, sogra (Le 18:17; 20:14; De 27:23); esposa de seu irmão (Le 18:16; 20:21), exceto no casamento levirato (De 25:5, 6); irmã de sua esposa enquanto esta vivesse (Le 18:18).
A mulher israelita não se podia casar com os seguintes: filho ou filho adotivo (Le 18:7, 8; 20:11; De 22:30; 27:20); irmão ou meio-irmão (Le 18:9, 11; 20:17; De 27:22); avô (Le 18:10); sobrinho (filho de seu irmão ou filho de sua irmã) (Le 18:12, 13; 20:19); sobrinho (filho do irmão ou da irmã de seu marido) (Le 18:14; 20:20); sogro (Le 18:15; 20:12); pai, padrasto, padrasto de sua mãe, padrasto de seu pai, genro (Le 18:7, 17; 20:14; De 27:23); irmão de seu marido (Le 18:16; 20:21), exceto no casamento levirato (De 25:5, 6); marido de sua irmã enquanto esta vivesse (Le 18:18).
Pena para incesto: morte. (Le 18:29; 20:11, 12, 14, 17, 20, 21)
Relações sexuais durante menstruação.
Se homem e mulher deliberadamente tivessem relações sexuais durante a menstruação, seriam mortos. (Le 18:19; 20:18)
Marido que inadvertidamente tivesse relações com sua esposa durante tal impureza (talvez num inesperado começo de menstruação) seria impuro por sete dias. (Le 15:19-24)
Relação entre pais e filhos.
Ordenava-se aos genitores (especialmente ao pai) que ensinassem a Lei de Deus aos filhos. (De 6:6-9, 20-25; 11:18-21; Is 38:19)
Filhos deviam honrar os pais. (Êx 20:12; 21:15, 17; Le 19:3; De 5:16; 21:18-21; 27:16)
Usar roupa do sexo oposto (para iludir visando objetivos imorais) era proibido. (De 22:5)
A sodomia incorria em pena de morte para ambos os envolvidos. (Le 18:22; 20:13)
A bestialidade resultava em morte para a pessoa e para o animal. (Êx 22:19; Le 18:23, 29; 20:15, 16; De 27:21)
Ataque indecente (mulher que numa briga de seu marido agarrasse as partes íntimas de outro homem) era punido com a amputação da mão dela, em vez da penalidade de igual por igual, por consideração de Jeová para com as faculdades procriativas dela e o direito do marido de ter filhos por meio dela. (De 25:11, 12)
PRÁTICAS COMERCIAIS
(A Lei incentivava a honestidade nos tratos comerciais e o respeito pelo lar e pela propriedade de outros.)
Posse de terras.
Terras eram consignadas a famílias. (Núm 33:54; 36:2)
A terra não era vendida em definitivo, mas revertia ao dono no jubileu; valor de venda baseava-se no número de colheitas até jubileu. (Le 25:15, 16, 23-28)
Se houvesse venda, parente mais próximo tinha direito de comprá-la. (Je 32:7-12)
Estado não tinha direito de apoderar-se de terras de herança de alguém para fins públicos simplesmente indenizando a pessoa. (1Rs 21:2-4)
Quinhão dos levitas consistia em cidades e seus pastios.
Das 48 cidades consignadas, 13 eram cidades dos sacerdotes. (Núm 35:2-5; Jos 21:3-42)
Campos de pastio duma cidade levita não podiam ser vendidos; pertenciam à cidade, e não a indivíduos. (Le 25:34)
Se homem santificasse (reservasse o uso ou a produção de) parte dum campo para Jeová (para uso do santuário, do sacerdócio), o padrão para calcular seu valor era que a área de solo que pudesse ser semeada com um ômer de cevada valia 50 siclos de prata; o valor diminuía segundo o número de anos que restassem até próximo jubileu. (Le 27:16-18)
Se o santificador desejasse recomprá-la, tinha de adicionar 20 por cento ao valor estimado. (Le 27:19)
Caso não a recomprasse mas a vendesse a outro homem, no jubileu tornava-se propriedade do sacerdote como algo santo para Jeová. (Le 27:20, 21)
Se um homem santificasse a Jeová parte dum campo que comprara de outrem, no jubileu este voltaria a seu dono original. (Le 27:22-24)
Se um homem “devotasse” algo de sua própria propriedade (coisas “devotadas” eram para uso permanente e exclusivo no santuário, ou para destruição; Jos 6:17; 7:1, 15; Ez 44:29), isso não podia ser vendido nem recomprado; permanecia sendo de Jeová. (Le 27:21, 28, 29)
Redenção de propriedade.
Todas as terras voltavam ao dono original no jubileu (salvo exceções já mencionadas). (Le 25:8-10, 15, 16, 24-28)
Levitas podiam redimir suas casas nas cidades levitas a qualquer tempo. (Le 25:32, 33)
Ano do jubileu: começava no Dia da Expiação, no 50.° ano; contagem iniciou-se no ano em que israelitas entraram na terra. (Le 25:2, 8-19)
Heranças
Filho primogênito herdava porção dupla da propriedade. (De 21:15-17)
Na falta de filho varão, herança pertencia às filhas. (Núm 27:6-8) Se o homem não tivesse filhos nem filhas, a herança ia para seus irmãos, ou para irmãos de seu pai, ou para o parente consangüíneo mais próximo. (Núm 27:9-11)
Balança, pesos e medidas.
Jeová exigia honestidade e exatidão. (Le 19:35, 36; De 25:13-15)
A fraude era detestável. (Pr 11:1)
Dívidas
Ao fim de cada sete anos, irmãos hebreus eram exonerados das dívidas. (De 15:1, 2)
Estrangeiro podia ser pressionado a pagar dívidas. (De 15:3)
Fiança para empréstimo.
Se a pessoa tomasse a veste exterior de alguém como garantia dum empréstimo, não devia ficar com ela de um dia para o outro. (O pobre não raro dormia com as roupas, por falta de roupas de cama.) (Êx 22:26, 27; De 24:12, 13)
Um homem não podia entrar na casa de outro para obter uma fiança ou outra coisa em garantia dum empréstimo. A pessoa tinha de ficar do lado de fora da casa e deixar que tal homem trouxesse a fiança até ela. (Isto mantinha a inviolabilidade dos domínios dum homem.) (De 24:10, 11)
Não se podia tomar, como garantia, um moinho manual ou sua mó superior. (A pessoa ficaria impossibilitada de moer o cereal para alimentar a si mesma e a sua família.) (De 24:6)
LEIS MILITARES
(Estas leis regulamentavam as guerras que Deus ordenasse Israel travar na Terra Prometida. Guerras egoístas de agressão ou de conquista fora dos limites marcados por Deus eram estritamente proibidas.)
Guerras
Seriam apenas guerras de Jeová. (Núm 21:14; 2Cr 20:15)
Soldados eram santificados antes de entrarem em combate. (1Sa 21:1-6; compare isso com Le 15:16, 18.)
Idade dos soldados.
De 20 anos ou mais. (Núm 1:2, 3; 26:1-4)
Segundo Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], III, 288 (xii, 4), de Josefo, eles serviam até os 50 anos.
Eram eximidos do serviço militar:
Levitas, como ministros de Jeová. (Núm 1:47-49; 2:33)
Homem que não inaugurara sua casa recém-construída ou não usufruíra seu vinhedo recém-plantado. (De 20:5, 6; compare isso com Ec 2:24; 3:12, 13.)
Homem que ficara noivo e ainda não tinha tomado sua esposa. Homem recém-casado continuava isento por um ano. (O homem tinha direito de ter herdeiro e de ver este herdeiro.) (De 20:7; 24:5)
Homem temeroso. (Tenderia a baixar o moral dos companheiros.) (De 20:8; Jz 7:3)
Exigia-se limpeza no acampamento, visto que os soldados eram santificados para a guerra. (De 23:9-14)
Não se permitia o acompanhamento de mulheres no acampamento para fins de relações sexuais; durante a campanha havia abstinência de relações com mulheres. Isto garantia a pureza religiosa e física. (Le 15:16; 1Sa 21:5; 2Sa 11:6-11)
Não se permitia a violação de mulheres dentre o inimigo, pois seria fornicação; e não se permitia casamento com tais mulheres antes do fim da campanha. Isto resultava na limpeza religiosa e servia também de incentivo para a rendição do inimigo, pois estariam seguros de que suas mulheres não seriam molestadas. (De 21:10-13)
Procedimentos militares contra cidades inimigas.
Se a cidade atacada pertencesse a uma das sete nações da terra de Canaã (mencionadas em De 7:1), todos os habitantes deviam ser devotados à destruição. (De 20:15-17; Jos 11:11-14; De 2:32-34; 3:1-7) Se deixados na terra, seriam um perigo para a manutenção da relação de Israel com Jeová Deus. Ele permitira que tais vivessem naquela terra até que a iniqüidade deles se completasse. (Gên 15:13-21)
Às cidades que não pertencessem àquelas sete nações, primeiramente se proclamariam termos de paz. (De 20:10, 15) Se a cidade se rendesse, seus habitantes eram submetidos a trabalhos forçados. Se não se rendessem, todos os varões e todas as mulheres que não fossem virgens eram mortos. Outras eram poupadas como cativas. (De 20:11-14; compare isso com Núm 31:7, 17, 18.) Matar todos os homens removia o perigo duma revolta posterior da cidade, e também o casamento destes homens com mulheres israelitas. Estas medidas também ajudavam a evitar a adoração fálica e as doenças entre os israelitas.
Árvores que produziam alimento não podiam ser cortadas para serem usadas como instrumentos de sítio. (De 20:19, 20)
Os carros de guerra eram queimados; cavalos eram jarretados para incapacitá-los para a batalha e, mais tarde, mortos. (Jos 11:6)
LEIS DIETÉTICAS E SANITÁRIAS
(Estas serviam para manter os israelitas separados das nações pagãs, para promover limpeza e saúde, e lembrar-lhes de sua santidade para com Deus; Le 19:2.)
Uso do sangue.
Comer sangue era estritamente proibido. (Gên 9:4; Le 7:26; 17:12; De 12:23-25) Pena pela violação: morte. (Le 7:27; 17:10)
Vida (alma) está no sangue. (Le 17:11, 14)
Sangue de animal abatido tinha de ser derramado no solo, como água, e coberto com pó. (Le 17:13; De 12:16)
Não se podia comer animal que morresse por si ou que fosse encontrado morto (porque era impuro e não tinha sido devidamente sangrado). (De 14:21)
Únicas utilizações legais: colocar sobre o altar para expiação; para fins de purificação prescritos. (Le 17:11, 12; De 12:27; Núm 19:1-9)
Utilização da gordura.
Não se devia comer gordura; a gordura pertencia a Jeová. (Le 3:16, 17; 7:23, 24)
Comer gordura da oferta incorria em pena de morte. (Le 7:25)
Animais mortos.
No ermo, todo animal doméstico a ser abatido devia ser trazido ao tabernáculo. Seriam comidos como sacrifícios de participação em comum. (Le 17:3-6)
Pena pela violação: morte. (Le 17:4, 8, 9)
Animais selvagens puros capturados na caça podiam ser mortos no local; sangue tinha de ser derramado no solo. (Le 17:13, 14)
Depois de entrarem na Terra Prometida, animais limpos (não impuros) podiam ser mortos para servir de alimento, no local em que a pessoa morava, se fosse longe do santuário, mas o sangue tinha de ser derramado no solo. (De 12:20-25)
Animais, peixes, insetos permitidos como alimento:
Toda criatura de casco partido, formando uma fenda nele, e que rumina. (Le 11:2, 3; De 14:6)
Tudo o que há nas águas e que tenha barbatanas e escamas. (Le 11:9-12; De 14:9, 10)
Insetos e criaturas aladas pululantes que andem de quatro e tenham patas adaptadas para o salto: o gafanhoto migratório, o gafanhoto comestível, o grilo e o gafanhoto [comum] (todos segundo sua espécie). (Le 11:21, 22)
Animais, peixes, aves, criaturas pululantes proibidos como alimento:
Animais: camelo, procávia, lebre, porco. (Le 11:4-8; De 14:7, 8)
Peixes e outras criaturas pululantes da água que não têm barbatanas e escamas. (Le 11:10)
Aves e criaturas voadoras: águia, brita-ossos, abutre-fusco, milhafre vermelho, milhafre-preto, mioto, corvo, avestruz, coruja, gaivota, falcão, mocho, mocho-orelhudo, cisne, pelicano, abutre, corvo-marinho, cegonha, garça, poupa, morcego, qualquer criatura alada pululante que anda de quatro (isto é, que se locomove do modo dos animais quadrúpedes). Os fatores que determinavam que criaturas voadoras eram consideradas cerimonialmente ‘impuras’ não são expressamente declarados na Bíblia. Ao passo que a maioria das aves ‘impuras’ eram aves de rapina ou necrófagas, nem todas o eram. (De 14:12-19; Le 11:13-20; veja AVES e artigos sobre aves específicas.)
Criaturas pululantes da terra: espálace, gerbo, lagarto, geco, lagarto grande, salamandra, lagarto de areia, camaleão, qualquer criatura que anda sobre o ventre, de quatro (estilo de locomoção), ou sobre qualquer grande número de pés. (Le 11:29, 30, 42)
Animal que morreu por si ou que foi encontrado já morto ou dilacerado por animal selvagem. (Le 17:15, 16; De 14:21; Êx 22:31)
Animais apresentados como oferta de voto, ou como ofertas voluntárias, sacrifício de participação em comum, podiam ser comidos no dia em que eram oferecidos ou no dia seguinte, mas não no terceiro dia; pena pela violação: morte. Sacrifício de agradecimento devia ser comido naquele mesmo dia; nada devia ser guardado até a manhã seguinte (segundo dia). Páscoa não podia deixar sobras; o que não era comido devia ser queimado. (Le 7:16-18; 19:5-8; 22:29, 30; Êx 12:10)
Coisas que causavam impureza:
Emissão de sêmen.
Pessoa tinha de banhar-se e ficava impura até a noitinha. (Le 15:16; De 23:10, 11)
Roupa tocada pelo sêmen tinha de ser lavada e ficava impura até a noitinha. (Le 15:17)
Marido e esposa, depois de terem relações sexuais, tinham de banhar-se e ficavam impuros até a noitinha. (Le 15:18)
Parto
Mulher ficava impura por 7 dias depois de dar à luz um menino, mais 33 dias (os primeiros 7 dias, impura para tudo, como na menstruação; 33 dias impura apenas quanto a tocar em coisas sagradas, tais como as refeições sacrificiais ou a entrar no lugar santo). (Le 12:2-4)
Se a criança fosse menina, mulher ficava impura 14 dias, mais 66. (Le 12:5)
Menstruação da mulher. (Le 12:2)
Mulher ficava impura por sete dias na menstruação regular; durante todo o período da perda anormal ou contínua de sangue, mais sete dias. (Le 15:19, 25, 28)
Durante sua impureza, tudo em que ela se sentasse ou em que se deitasse ficava impuro. (Le 15:20)
Pessoa que tocasse nela ou em sua cama, ou naquilo em que ela se sentasse, tinha de lavar suas roupas e banhar-se, e ficava impura até a noitinha. (Le 15:21-23)
Caso sua impureza menstrual viesse sobre um homem, ele ficava impuro por sete dias, e qualquer cama em que se deitasse ficava impura. (Le 15:24)
Sempre que tivesse um fluxo, ela se tornava impura. (Le 15:25)
Proteção contra doenças.
Lepra e outras pragas.
Sacerdote determinava se era lepra ou não. (Le 13:2)
Pessoa ficava de quarentena por sete dias e, daí, era examinada; se a praga cessara, ficava mais sete dias de quarentena (Le 13:4, 5, 21, 26); se a praga não se espalhara, era declarada limpa (Le 13:6); se a praga se espalhara, era lepra. (Le 13:7, 8)
Se leprosa, as roupas da pessoa eram rasgadas, seus cabelos não eram arrumados, devia cobrir o bigode (ou o lábio superior), devia clamar: “Impuro, impuro!” Morava isolada fora do acampamento até que a praga fosse curada. (Le 13:45, 46; Núm 5:2-4)
Secreção genital (evidentemente devido a condição doentia). (Le 15:2, 3)
Cama ou objetos sobre os quais tal pessoa se sentasse ou deitasse eram considerados impuros. (Le 15:4)
Quem quer que tocasse na pessoa infectada, em sua cama, ou em qualquer coisa em que ela se sentara, ficaria impura, ou se a pessoa infectada cuspisse em outra, esta seria considerada impura. (Le 15:5-11)
Se tocados por alguém que tivesse uma secreção, os vasos de barro eram despedaçados, o de madeira era lavado com água. (Le 15:12)
Depois de a secreção cessar, a pessoa ficava impura por sete dias. (Le 15:13)
Pureza do acampamento militar era salvaguardada por se exigir que os excrementos fossem depositados fora do acampamento e cobertos. (De 23:12, 13)
Regulamentos sobre o corpo de pessoas falecidas.
Tocar no cadáver, nos ossos ou no sepulcro dum humano, tornava a pessoa impura por sete dias (mesmo quando em campo aberto). (Núm 19:11, 16) Morte era a pena pela recusa de purificar-se. (Núm 19:12, 13) (Veja processo de purificação em Núm 19:17-19.)
Quem quer que estivesse ou entrasse numa tenda em que houvesse uma pessoa morta tornava-se impuro, como também qualquer vaso aberto em que não houvesse tampa amarrada. (Núm 19:14, 15)
Regulamentos sobre cadáveres de animais.
O cadáver de um animal puro que morresse por si tornava impuro quem o carregasse, tocasse ou comesse; o cadáver de qualquer animal impuro tornava impuro quem tocasse nele. Exigia-se purificação. (Le 11:8, 11, 24-31, 36, 39, 40; 17:15, 16)
Cadáveres de animais impuros tornavam impuros por contato itens como vasos, suportes para pote, fornos, vestes, peles e serapilheira. (Le 11:32-35)
Despojo apanhado de uma cidade.
Tudo o que pudesse ser processado com fogo tinha de ser assim processado (metais), daí lavado com água para purificação; outras coisas tinham de ser lavadas. (Núm 31:20, 22, 23)
OUTRAS OBRIGAÇÕES ENVOLVENDO O PRÓXIMO
(A Lei especificava: “Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo”; Le 19:18. Jesus indicou que este era o segundo maior mandamento da Lei; Mt 22:37-40.)
Para com outros israelitas.
Devia-se mostrar amor; assassinato era proibido. (Êx 20:13; Ro 13:9, 10)
Não se devia tomar vingança nem abrigar ressentimento contra o próximo. (Le 19:18)
Zelar pelos pobres. (Êx 23:6; Le 25:35, 39-43)
Zelar pelas viúvas e órfãos. (Êx 22:22-24; De 24:17-21; 27:19)
Respeito à propriedade.
Era proibido roubar; exigia-se compensação. (Êx 20:15; 22:1-4, 7)
Desejar erroneamente a propriedade ou bens do próximo era proibido. (Êx 20:17)
Consideração para com deficientes físicos.
Não se podia ridicularizar um surdo ou invocar o mal sobre ele; ele não podia defender-se contra declarações que não pudesse ouvir. (Le 19:14)
Quem colocasse obstáculo no caminho dum cego, ou o desencaminhasse, era amaldiçoado. (Le 19:14; De 27:18)
Para com residentes forasteiros: não deviam ser maltratados. (Êx 22:21; 23:9; Le 19:33, 34; De 10:17-19; 24:14, 15, 17; 27:19)
Para com escravos.
O escravo hebreu (homem ou mulher) era libertado no sétimo ano de sua servidão, ou no ano do jubileu, dependendo do que ocorresse primeiro. Durante a escravidão, devia ser tratado como trabalhador contratado, com consideração. (Êx 21:2; De 15:12; Le 25:10)
Se o homem chegasse com esposa, ela saía ou era libertada junto com ele. (Êx 21:3)
Se o amo lhe desse uma esposa (evidentemente estrangeira) enquanto ele estivesse em escravidão, apenas ele ficaria livre; se a esposa lhe tivesse dado filhos, ela e os filhos continuariam sendo propriedade do amo. (Êx 21:4)
Ao libertar o escravo hebreu, o amo tinha de fazer-lhe dádivas segundo suas possibilidades neste respeito. (De 15:13-15)
O escravo podia ser açoitado pelo amo. (Êx 21:20, 21) Se ficasse mutilado, seria libertado. (Êx 21:26, 27) Se escravo morresse devido ao espancamento do amo, amo podia ser punido com a morte; juízes decidiriam qual seria a pena. (Êx 21:20; Le 24:17)
Para com animais.
Se alguém encontrasse um animal doméstico em apuros, era obrigado a ajudá-lo, mesmo que pertencesse a um inimigo seu. (Êx 23:4, 5; De 22:4)
Animais de carga não deviam ser sobrecarregados nem maltratados. (De 22:10; compare isso com Pr 12:10.)
Touro não devia ser açaimado enquanto debulhasse, para que pudesse se alimentar do grão que debulhava. (De 25:4; compare isso com 1Co 9:7-10.)
Não se devia apanhar uma ave fêmea junto com os ovos, para não exterminar uma família. (De 22:6, 7)
Não se devia abater um touro ou uma ovelha e suas crias no mesmo dia. (Le 22:28)
FINALIDADES CUMPRIDAS PELA LEI
Tornou manifestas as transgressões; mostrou que os israelitas tinham de ter suas transgressões perdoadas e que se exigia um sacrifício maior que pudesse realmente expiar seus pecados. (Gál 3:19)
Como tutor, salvaguardou e disciplinou os israelitas, preparando-os para o Messias qual seu instrutor. (Gál 3:24)
Vários aspectos da Lei eram sombras que representavam coisas maiores a vir; essas sombras ajudaram os israelitas sinceros a identificar o Messias, visto que podiam ver como ele cumpria esses padrões proféticos. (He 10:1; Col 2:17)

Referências consultadas em: Watchtower Library 2013 CD‒ROM

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